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De coletor de lixo a promessa do futebol: a história de João Vitor

Crescido no Selmi Dei, João Vitor foi apresentado pelo time sub-23 do Barra Mansa-RJ e se vê mais perto do sonho do profissionalismo

Um jovem talento vai aos poucos chegando mais perto de seu sonho de se tornar jogador profissional de futebol e poder ajudar sua família. Nascido em Araraquara em 2 de julho de 2001 e crescido no bairro do Selmi Dei, João Vitor de Campos Machado é o novo reforço da equipe sub-23 do Barra Mansa do Rio de Janeiro.

O jovem se mostra animado com a nova fase de sua vida. “Muito feliz pela oportunidade. Deus vem abrindo as portas para eu poder dar continuidade no meu sonho. Agradeço ao meu pai, minha mãe, meu irmão e toda minha família que vem né apoiando todos esses anos”, comentou.

E a trajetória de João Vitor até chegar a esse momento foi composta de muitos obstáculos, superados sempre com muita alegria e determinação. “Eu venho de uma comunidade onde se tem muitos garotos que não se têm muitas oportunidades de seguirem com seus sonhos, então eu acompanho meu irmão desde pequeno no time que ele frequentava. Meus pais sempre nos apoiaram para nunca desistirmos dos nossos objetivos, sendo assim eu guardei para mim essa vontade de poder realizar os meus sonhos. Hoje, graças a Deus, eu posso dar continuidade a um sonho que eu sempre busquei, que é me tornar um jogador de futebol”, salientou.

O jovem vê nessa carreira a chance de poder melhorar a vida das pessoas próximas a ele. “Quero poder ajudar minha família, no futuro fazer muito sucesso e ajudar muitas pessoas mais necessitadas. Com fé em Deus e com todos torcendo por mim, tenho a fé de que irei alcançar os meus objetivos. Procuro sempre estar focado e determinado, pois para conseguirmos algo em nossas vidas, esses são alguns fatores que precisamos ter. E algo muito importante também, nessa trajetória toda, que eu jamais posso deixar de ter são as minhas raízes e a humildade que sempre devo carregar comigo. Onde quer que eu esteja, a humildade nunca poderá de existir da minha pessoa”, mencionou.

Seu primeiro contato com o futebol aconteceu na infância, por influência do irmão. “Eu venho acompanhando meu irmão nas escolinhas de futebol como no Espaço Criança, onde aprendi muitas coisas e também fui atleta da escolinha deles. Ali eu aprendi muitas coisas desde os meus oito anos e isso me fez mais forte. Sempre tinha as mães e os pais de atletas que sempre elogiavam o meu futebol e com isso fui criando expectativas para seguir sonhando. Meu pai sempre acompanhava meus treinos e ele sempre falava para eu não desistir que Deus tem um propósito na minha vida e eu vou poder desfrutar de muitas coisas boas”, acrescentou.

Paralelamente aos treinamentos, João Vitor precisava ajudar a família nas contas de casa e trabalhou como coletor de lixo na cidade. “É um trabalho muito sofrido, onde trabalhamos na chuva e no sol. É muito cansativo e só quem trabalhou disso sabe como não é fácil. Trabalhei durante um ano e cinco meses nesse trabalho, correndo 40 quilômetros por dia, de segunda a sábado, e isso foi me deixando mais forte e determinado”, revelou.

Ele destaca o aprendizado que ele tirou desse trabalho para levar ao seu cotidiano no futebol. “Nunca imaginei correr atrás de um caminhão do lixo. Parece que não, mas ali tem muitos amigos que sonham alto e muitos pais de família que matam um leão por dia para poder levar comida para casa. Não é fácil e, como falei, só quem está ali para saber”, ressaltou o jovem.

João Vitor chegou a ser aprovado em uma avaliação na Matonense, porém como o clube não oferecia moradia, não foi possível ficar lá, pois o jovem não teria condições de viajar todo dia. Agora, a expectativa é a melhor possível com a camisa do Barra Mansa. “Espero dar o meu melhor e com isso mostrar bons resultados para que possa sair daqui aplaudido pelos amigos e pela comissão e poder ir para grandes equipes. E assim eu tenho a certeza de que vou brilhar muito ainda nos gramados brasileiros e europeus porque as nossas realizações são do tamanho dos nossos sonhos e eu sempre sonhei grande. O céu é o meu limite. Agradeço a Deus primeiramente pela a oportunidade e por aquelas pessoas que acreditaram em mim. Saibam que eu levo o nome da minha comunidade comigo, o Selmi Dei, e tenham a certeza de que eu, tendo a oportunidade, irei ajudar muitos jovens que sonham grande e não têm oportunidades. Quero mostra-los que é possível quebrar barreiras”, concluiu.

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