A diretoria da Ferroviária reuniu a imprensa na tarde desta quarta-feira (16) para explicar a saída do técnico PC de Oliveira, que foi desligado da equipe na última segunda-feira, após sofrer sua segunda derrota no Campeonato Brasileiro da Série D. A entrevista coletiva contou com a presença do presidente Carlos Salmazo e o diretor executivo Pedro Martins.
Salmazo explicou que a troca de treinador não estava nos planos da diretoria, mas que nem sempre tudo corre conforme o planejado. “O fato da saída do treinador não é uma prática recorrente dessa administração. A partir de 2014, quando assumimos essa administração, nós tivemos apenas quatro treinadores. Não é uma prática da modernidade do futebol e não é uma prática das instituições que fazem do futebol um modelo de gestão e de administração. Para nós é sempre ruim uma situação dessa. Mas o futebol tem as suas nuances e dentro de campo às vezes ele se comporta de uma forma diferente de como a gente planeja e foge um pouco das nossas estratégias. Mas nós não vamos desviar um milímetro do nosso projeto de dotar a Ferroviária do mais alto nível de gestão que se pratica hoje nas melhores instituições de futebol”, destacou o presidente.
Pedro Martins falou sobre a importância que o treinador tinha para a Ferroviária e que sua saída remete ao fim de um ciclo na equipe. “Não é uma prática nem uma política da Ferroviária realizar trocas no comando técnico, ainda mais quando se trata da figura do PC de Oliveira, um profissional que tinha funções e atribuições maiores que a de um treinador comum dentro do futebol brasileiro. O PC participava das estratégias do futebol como um todo, tinha uma função metodológica importante e a função de coordenação metodológica começou com o PC em 2016 e a partir daí ele acabou se tornando treinador. Então, quando se fala de uma troca de comando técnico como o do PC de Oliveira, é feita uma avaliação aprofundada, não só na questão de resultados, mas também nos processos e rotinas dentro do clube. Obviamente que quando se tem resultados que não atingem o que é determinado pela instituição, a gente precisa analisar o fim de um ciclo”, salientou.
“O clube vai avaliar também outros formatos e outros passos dentro do departamento de futebol. Estamos iniciando um novo planejamento com essa troca de comando e eu não tenho dúvidas de que esse novo ciclo que envolve final da Série D, Copa Paulista e Paulistão do ano que vem, a Ferroviária vem com correções de rota, que são importantes e necessárias como sempre, mas também vem com muita seriedade e evoluções para que se tenha resultado também dentro de campo, que é a finalidade de todos nós. O clube continua forte e continua progredindo dentro das competições no segundo semestre. Uma evolução de médio e longo prazo é o que vai trazer a sustentabilidade para a Ferroviária”, acrescentou Pedro Martins.
Situação complicada
A Ferroviária se encontra em uma situação complicada na Série D do Campeonato Brasileiro. Com apenas dois pontos em quatro jogos, a Locomotiva divide a lanterna do Grupo A16 com o Novo Hamburgo-RS, atrás do líder Tubarão-SC (12 pontos) e do vice-líder Cianorte-PR (5). Vale destacar que avançarão à segunda fase o líder de cada um dos 17 grupos, além dos 15 melhores segundos colocados. Faltando duas rodadas, a Ferroviária pode chegar a 8 pontos, pontuação que por enquanto só foi atingida por dois times que ocupam a vice-liderança de seus grupos. Assim, a Locomotiva, com chances remotas, precisa vencer seus jogos e torcer por uma combinação de resultados para avançar.
A equipe araraquarense enfrentará o Cianorte no próximo sábado (19), às 19 horas, na Fonte Luminosa e na última rodada da primeira fase enfrentará o Novo Hamburgo no dia 27, domingo, às 18 horas, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo-RS.
Técnico interino
Para esses dois compromissos, a Ferroviária contará com o comando de Bruno Pivetti, que atuava como auxiliar técnico de PC de Oliveira. Pedro Martins falou sobre a mentalidade da diretoria para a sequência da competição. “Obviamente que o clube tem que confiar na classificação. Não tenho dúvida de que é um desafio grande, mas você tem que, a todo momento, enquanto tiver chances matemáticas, acreditar que é possível. Foi isso que foi dito aos jogadores e a comissão técnica também teve o mesmo discurso. O clube, a princípio, precisa conquistar os seis pontos com duas vitórias e a partir daí vamos avaliar se será possível classificar ou não”, completou.