Nesta terça-feira (4), a Justiça de Araraquara condenou duas pessoas a mais de 20 anos de prisão pela morte da travesti Bruna Torres. O crime aconteceu na Vila Furlan, em setembro de 2019, em Araraquara.
Os réus foram acusados de homicídio qualificado, emprego de tortura e emboscada e ocultação de cadáver.
Durante julgamento que perdurou por cerca de 12 horas, foram ouvidas as testemunhas e policiais que contribuíram nas investigações.
Após decisão, Dionathas Batista Olivera, foi condenado a 25 anos e seis meses de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
A travesti Tamires, conhecida como Tamy, foi sentenciada a 22 anos e seis meses de prisão pelos mesmos crimes.
Já Caio Augusto Rodrigues Oliezer, que na época namorava com Tamires, foi julgado e absolvido das acusações.
Os advogados de ambos os condenados disseram que vão recorrer à sentença da Justiça.
RELEMBRE O CRIME
O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Gilberto de Aquino, revelou que o crime foi praticado em uma pensão onde travestis ficavam hospedadas em Araraquara.
Na cena do crime, a perícia encontrou manchas de sangue e fios de cabelo da vítima. Em depoimento, vizinhos relataram que ouviram discussões vindas da pensão momentos antes do fato. Logo em seguida, o carro de Tamy e Caio, deixou o local.
O corpo de Bruna Torres foi encontrado com sinais de violência por funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) às margens da Rodovia Deputado Vicente Botta (SP-215), próximo ao trevo de acesso ao bairro Cidade Aracy em São Carlos.
Bruna nasceu em Manaus e, após o assassinato, o corpo foi transladado para sua cidade de origem após ajuda financeira de amigos. Segundo a família, ela não tinha inimigos declarados e nunca reclamou de ameaças.
O crime teria sido motivado por dívidas e ciúmes.