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Enfermagem anuncia greve em Araraquara e região caso STF adie decisão sobre piso

Assembleia deliberou por apoio à mobilização nacional da categoria para pressionar o STF a concluir votação determinando o pagamento do Piso Nacional

Profissionais da enfermagem de Araraquara, Américo Brasiliense, Motuca, Santa Lúcia, Nova Europa, Boa Esperança do Sul, Ribeirão Bonito e Trabiju, municípios atendidos pelo SISMAR (Sindicato dos Servidores Públicos de Araraquara e Região), decidiram, em assembleia realizada na noite desta terça-feira (27), deflagrar greve da categoria a partir do dia 1º de julho, caso a decisão do STF referente ao pagamento do Piso Nacional da categoria, aprovada pelo Congresso Nacional, não seja favorável aos trabalhadores.

“A pressão das empresas privadas de saúde sobre o STF não pode prevalecer. A conquista da aprovação do Piso Nacional da enfermagem após mais de 30 anos de luta da categoria não pode escorrer pelos dedos. Nacionalmente, a enfermagem se mobiliza para cobrar que os ministros do STF concluam o julgamento que está travando o pagamento integral do Piso para todos os profissionais abrangidos pela legislação”, destacou, em nota, o sindicato que defende a categoria.

De acordo com a nova lei, o piso nacional, cobrado pelos trabalhadores da região, é de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.

Segundo o sindicato, a orientação é para que nenhuma unidade de urgência e emergência seja fechada e haja triagem nas unidades para determinar os casos a serem atendidos.

Cronologia da aprovação do Piso Nacional da Enfermagem

  • Em 4 de agosto de 2022, foi sancionada a Lei nº 14.434/2022, aprovada pelo Congresso Nacional, que regulamenta o piso salarial da Enfermagem. A nova regra prevê o pagamento de R$ 4.750 para enfermeiros; R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.
  • Em 4 de setembro de 2022, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a lei, com a alegação de que o Congresso não apontou a fonte dos recursos para os gastos relativos aos pagamentos de profissionais da saúde pública. Essa é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal.
  • Em maio de 2023, o presidente Lula sancionou a lei que permite ao governo federal transferir R$ 7,3 bilhões para estados e municípios pagarem o novo piso da enfermagem.
  • Como os valores da nova lei não são suficientes para o pagamento integral do Piso para a totalidade dos trabalhadores de todo o País e também não contempla o pagamento dos trabalhadores da iniciativa privada, ainda em maio, Barroso estabeleceu regras para o pagamento do piso aos profissionais que trabalham no sistema de saúde de estados e municípios nos limites dos valores recebidos pelo governo federal.
  • Entretanto, a decisão de Barroso ainda precisa ser confirmada ou rejeitada pelos demais ministros. A análise ocorre no plenário virtual, modalidade na qual os ministros inserem votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial.
  • O julgamento está sendo retomado após dois pedidos de vista diante de divergências apresentadas pelos ministros em relação à operacionalização do pagamento.
  • A análise do STF vai até 30 de junho.
Luis Antônio
Luis Antônio
Jornalista. Formado em Ciências Sociais e Letras pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestre em Estudos Literários. Apresentador e editor do Jornal da Morada, da Rádio Morada FM 98,1
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