Nascido em Araraquara, Luiz Gustavo de Lima Previero concluiu o ensino médio no ano passado e já coleciona aprovações nos principais vestibulares do país.
Os resultados começaram quando o jovem, que hoje tem 18 anos, ainda estava no segundo ano do Ensino Médio. Naquela ocasião, ele participou como “treineiro”, condição em que os participantes ainda não concluíram a formação básica e, portanto, não podem ingressar no ensino superior, e o resultado foi surpreendente: 5º lugar em Medicina na Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.
Apesar dessa primeira conquista, não foi a tão sonhada carreira médica que chamou a atenção do jovem Luiz Gustavo. Em 2022, ele disputou uma vaga no concorrido curso de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) e a mesma opção na UNESP. O resultado foi ainda melhor: duas aprovações em primeiro lugar. Por meio da nota obtida no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) ele ainda conquistou uma terceira aprovação, em Medicina, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Entre os três cursos, ele optou pelo curso de engenharia aeronáutica da USP, em São Carlos. O interesse pela área surgiu logo cedo, por volta dos 10 anos de idade, quando Luiz Gustavo se viu apaixonado por máquinas, mecanismos, sistemas e projetos. “Em nenhum momento cogitei seguir a carreira de Medicina, minha opção sempre foi pelas engenharias. Nunca tive paixão ou atração pela área médica, mas sim pela área das exatas como um todo. Creio que é fundamentalmente mais divertido consertar um motor do que uma pessoa”, brinca. “Já a escolha da área específica dentro das engenharias, no caso a aeronáutica/aeroespacial, ocorreu um pouco mais tarde, quando eu tinha em torno de 12 a 13 anos de idade e passei a me identificar mais com essa formação”, conta o estudante.
A rotina de estudos exigiu muita dedicação. Além de frequentar as aulas no período da manhã em uma escola particular de Araraquara, Luiz Gustavo conta que retomava os estudos por volta das 14horas e só parava no início da noite, rotina que ele afirma ter seguido durante os três anos do Ensino Médio, de segunda a sexta. “Meu estudo consistia basicamente em uma breve revisão dos conteúdos passados em sala de aula, seguida de uma pilha de exercícios de vestibulares sobre o assunto. Além disso, encaixava leituras das obras literárias cobradas pelos vestibulares”, relembra. Aos sábados, ele afirma que se dedicava a “ajustes e outros afazeres”, enquanto os domingos eram guardados para descanso.
A dedicação foi recompensada, mas nem mesmo ele esperava tamanho êxito. “Foi uma surpresa porque eu geralmente rebaixo minhas expectativas, então eu realmente não esperava passar em todos os cursos, menos ainda nas colocações em que eu passei, mas ao mesmo tempo penso que foi o resultado de um projeto de três anos de preparo”, avalia.
Ele diz que a família ficou muito feliz com os resultados e divide o sucesso com as escolas nas quais fez o percurso de formação que, segundo ele, deram “toda a base que que possibilitaram colher esses frutos agora”.
Para quem pretende ingressar em uma universidade, Luiz Gustavo reconhece as dificuldades, mas é categórico ao afirmar que é preciso persistir nos objetivos e sonhos. “Pode parecer cafona e clichê (até porque realmente é), mas meu conselho para quem quiser entrar em uma universidade pública é o de se planejar, dar o melhor de si e, principalmente, não desistir dos seus sonhos. Não existe caminho fácil, atalho, truque mágico ou segredo para se entrar em uma universidade, o fundamental é ter um bom planejamento e estudar muito, muito mesmo. O trajeto realmente é difícil, as vagas são escassas, os candidatos são muitos e, infelizmente, nem todo mundo começa no mesmo pé para disputar, daí vem a importância de não desistir dos próprios sonhos, acredito que só somos verdadeiramente derrotados quando paramos de tentar”, completa.