Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, é um dos participantes de um evento voltado ao agronegócio, que ocorre em Araraquara. Guimarães se tornou réu por assédio sexual e moral depois que a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele. Os crimes teriam sido cometido contra funcionárias do banco estatal durante o período em que o economista presidiu o banco público durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre os anos de 2019 e 2022.
O evento, denominado AgroShopping Show, teve início nesta quarta-feira (26) e segue até domingo (30), no estacionamento do Shopping Jaraguá Araraquara, com entrada gratuita para o público. O evento é realizado pelo Grupo Gens e conta com o apoio da Prefeitura de Araraquara por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo.
A atividade com Pedro Guimarães está programada para o dia 28, sexta-feira, a partir das 9 h, e ocorrerá após uma missa presidida pelo Padre Luiz Antenor. Segundo um vídeo publicado pelo ex-presidente da Caixa, sua participação será para falar sobre o impacto da reforma tributária no agronegócio e o financiamento do setor.
A denúncia
Os crimes pelos quais o ex-presidente da Caixa Econômica Federal é acusado teriam sido cometidos contra funcionárias do banco estatal.
A ação penal, que tramita em sigilo, envolve denúncias de assédio, sobretudo sexual. As denúncias foram divulgadas pelo site Metrópoles ainda no ano passado, quando Guimarães estava à frente da instituição. Segundo a reportagem, as acusações de assédio foram feitas por cinco funcionárias da Caixa à ouvidoria do banco. Outras vítimas apareceram após a repercussão, que levou Guimarães a ser demitido da presidência.
Em abril deste ano, a Justiça do Trabalho homologou acordo entre o banco e o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal. No acordo, a Caixa Econômica Federal se comprometeu a pagar R$ 10 milhões para encerrar o processo relativo aos casos de assédio cometidos na gestão do ex-presidente.
Segundo o acordo, assinado em 21 de março e oficializado pela juíza Simone Soares Bernardes, da 10ª Vara do Trabalho em Brasília, o dinheiro seria revertido a instituições sem fins lucrativos.
A Caixa também se comprometeu em adotar uma política de prevenção e de combate aos assédios moral, sexual e casos de discriminação. O banco terá de oferecer canais de denúncia, inclusive para funcionários terceirizados, com garantia do anonimato. Cada denúncia deve ser analisada em até 30 dias e apurada em até 180 dias.