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Família cobra medidas contra caso de racismo em escola

Estudante da rede estadual foi ofendida com um bilhete com os dizeres “sua macaca” deixado em carteira, em Araraquara
Uma menina de 10 anos vem sofrendo racismo por parte de coleguinhas na escola estadual Jandyra Nery Gatti, no Jardim Imperador, em Araraquara. Segundo a responsável pela aluna, desde o começo do ano letivo a menina é alvo de atos racistas.
 
O primeiro ataque aconteceu por meio de um aplicativo. Virtualmente, um aluno chamou a menina de macaca. Diante do fato, a mãe então procurou a direção do colégio para que providências fossem tomadas. Porém, a situação não foi solucionada.
 
Após um tempo, um estudante de uma outra turma se dirigiu à garota e emitiu novas ofensas.
 
“Ele proferiu xingamentos contra minha filha, a chamou de macaca e disse que ela parecia o boneco do GTA. Diante do ocorrido, minha filha comunicou a direção da escola. Então, a coordenação informou que tomaria as medidas administrativas cabíveis, mas só fizeram eles se abraçarem e disseram que passariam um trabalho sobre África para punir o menino”, relata Tamara Nicolau, mãe da aluna.
 
No dia 25 de Abril de 2022, em um terceiro episódio, um terceiro aluno, desta vez da mesma classe que a garota, voltou a cometer um ato racista. Ao entrar na sala de aula, após ir ao banheiro, a estudante encontrou um bilhete direcionado a ela em cima de sua carteira proferindo os xingamentos “sua macaca”.
 
Segundo pessoas que acompanham a situação, a diretoria apenas informou que registraria o ato no livro de ocorrências, e os pais do aluno acusado sequer foram chamados.
 
“Na semana passada, o mesmo aluno voltou a chamá-la de macaca e disse que minha filha não sabia ler. O pai do aluno foi chamado somente nesta última vez. Achei que a direção da escola prevaricou em relação ao caso, pois pedir para eles fazerem um trabalho sobre África? Isto é jeito de pedir desculpas para minha filha? O menino só foi suspenso porque no ensaio de festa junina ele passou uma rasteira em algumas das meninas, aí sim ele foi suspenso, mas nos primeiros episódios de racismo contra minha filha nenhuma medida mais rígida foi tomada. Se tivessem tomado providências desde o primeiro momento, a situação não chegaria a esse ponto”, conclui Tamara Nicolau.
 
Procurada, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que repudia qualquer ato de racismo dentro ou fora do ambiente escolar. “Assim que soube do episódio, a direção da escola acionou os responsáveis para uma reunião de mediação e entendimento quanto às medidas restaurativas que preservem o direito à Educação dos envolvidos”, afirma a Secretaria.
 
Ainda de acordo com a Secretaria, a escola conta com os Psicólogos da Educação, que seguem ofertando auxílio aos estudantes, mediante autorização pelos responsáveis. Hoje (14), há agendamento previsto com os responsáveis, em acompanhamento ao caso. O ocorrido foi inserido na Plataforma do Conviva SP – Placon, que monitora a rotina das escolas estaduais.
 
A Pasta e a Diretoria de Ensino de Araraquara seguem reforçando as diretrizes da Trilha Antirracista e afirmam que estão à disposição da comunidade.
 
RACISMO É CRIME
 
A constituição federal de 1988 determina, no Art. 3, inciso XLI, que “ constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação e, no Art, 5 º, inciso XLI, que “ a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades”. Portanto, qualquer tipo de prática racista é inadmissível.
 
Vale ressaltar que a escola não pode ser conivente a qualquer prática racista e deveria ser exemplo na condução da situação ou o constrangimento fica todo com a vítima.
 
Racismo é crime! Denuncie.
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