Há 14 anos, no dia 21 de abril de 2006, o Brasil perdia Telê Santana, um dos treinadores mais emblemáticos do futebol brasileiro, vítima de falência múltipla dos órgãos. Multicampeão pelo São Paulo, o ‘Mestre Telê’ deixou o seu legado dentro e fora dos gramados.
Natural de Itabirito-MG, Telê Santana apareceu para o futebol nacional como ponta esquerda. O ‘Fio de Esperança’, apelido que ganhou durante a década que defendeu o Tricolor carioca. Quando deixou as Laranjeiras, ainda teve passagens por Guarani, Madureira e Vasco.
Após pendurar as chuteiras, em 1963, Telê Santana, que já era conhecido, passou a ter status de mestre. Em 1967 assumiu o Fluminense e conquistou o título carioca em 1969. Após sucesso no Rio de Janeiro, comandou o Atlético-MG no primeiro título nacional do clube, em 1971, ano em que o campeonato passou a ser intitulado como Campeonato Brasileiro.
No final da década de 1970, ajudou o Grêmio a vencer o estadual e encerrou uma sequência de oito títulos consecutivos do Internacional. Após passagem sem destaque pelo São Paulo em 1973, Telê teve o seu primeiro grande momento como técnico em solo paulista pelo Palmeiras, quando, em 1979, levou o clube de Palestra Itália à semifinal do Campeonato Brasileiro.
O sucesso o fez ser alçado à Seleção Brasileira. No comando da seleção canarinho, esteve nas Copas do Mundo de 1982 e 1986. No primeiro mundial, assombrou o mundo com um futebol plástico que contava com grandes nomes como Zico, Sócrates, Falcão e cia. Apesar da qualidade apresentada, o Brasil foi eliminado pela Itália de forma precoce. Quatro anos depois, o Brasil caiu nas quartas de final para a França.
Depois da Seleção Brasileira, Telê treinou o Atlético-MG, Flamengo e Fluminense, mas o sucesso veio sob o comando do São Paulo. Pelo clube do Morumbi, o treinador escreveu o seu nome de vez na galeria de grandes técnicos do futebol mundial.
Ao todo, com as cores do São Paulo, Telê Santana conquistou o bicampeonato mundial e da Libertadores, em 1992 e 1993, o Campeonato Brasileiro de 1991, o bicampeonato paulista, em 1991 e 1992, a Recopa Sul-Americana, em 1993 e 1994 e Supercopa Sul-Americana, em 1993.
Telê Santana permaneceu no clube até 1995, e teve de se afastar do futebol por questões de saúde. No dia 21 de abril de 2006, o ‘Mestre’ faleceu por conta de falência múltipla dos órgãos, mas deixou o seu legado de comprometimento para o futebol mundial.