O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), é apontado pelos jornais que acompanham as eleições presidenciais argentinas como um dos responsáveis pelo êxito de Sergio Massa, candidato governista, no primeiro turno da disputa, que ocorreu no último domingo (22).
Apesar da grave crise econômica, Massa, que é o atual ministro da Economia, recebeu o maior número de votos no primeiro turno, com 36,68%, contra 29,98% de Javier Milei, o radical de extrema-direita apontado até então como favorito. Os dois se enfrentam no segundo turno, marcado para o dia 19 de novembro.
Uma reportagem do portal de cobertura política La Politica Online (https://www.lapoliticaonline.com/) traz uma foto do prefeito de Araraquara e detalha como a entrada dos brasileiros mudaram os rumos da campanha de Sergio Massa. Segundo o jornal, as mudanças começaram imediatamente após as primárias, realizadas em setembro, quando Milei mostrou fôlego e liderou as prévias.
Um grupo de 20 pessoas foi sugerido por Lula para atuar na campanha do argentino. Os brasileiros foram liderados por Edinho Silva, que havia coordenado a comunicação da campanha vitoriosa do presidente brasileiro em 2022. Ao lado de Sidonio Palmeira, Raul Rabelo e outros especialistas, Edinho Silva deu um novo norte à campanha de Massa.
A principal mudança foi substituir a demonização do adversário, associado à extrema-direita e à ditadura militar, para uma campanha mais associada à juventude. “Nas últimas semanas, Massa pôde ser visto percorrendo espaços pouco convencionais para a política, como o Gelatina, site de streaming que tem milhares de visualizações diárias que a mídia tradicional não alcança. Com peças audiovisuais que conseguiram mudar a cara da campanha, Massa conseguiu se manter no segundo turno em todas as pesquisas publicadas desde as primárias”, destacou o jornal.
Essa mudança de tom foi baseada na experiência brasileira. Em 2018, o Partido dos Trabalhadores (PT) apostou na desconstrução do adversário, Jair Bolsonaro, por meio da sua associação com o regime militar e as manifestações radicais do então candidato à presidência. Essa estratégia, materializada no slogan “Ele Não”, não foi suficiente para evitar a derrota do candidato petista, Fernando Haddad. Em 2022, a campanha do ex-presidente Lula tinha enorme dificuldade de inserção nos meios digitais quando Edinho Silva foi chamado para coordenar a comunicação de campanha. O resultado foi uma campanha vitoriosa que barrou, pela primeira vez desde 1998, a reeleição de um mandatário da República. Os caminhos da vitória passaram por um diálogo com a juventude e pela construção de um discurso capaz de “furar a bolha” dos eleitores tradicionais do PT, passando a ideia de uma frente ampla contra o radicalismo ideológico.
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