A principal competição de clubes do futebol sul-americano recomeça esta semana após paralisação de seis meses causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), mas a retomada causou reclamações e consternação em uma região onde o esporte ainda não está em pleno vapor.
Um total de 32 times de dez países disputa partidas da Copa Libertadores amanhã (15), quarta (16) e quinta-feira (17), embora o futebol ainda não tenha reiniciado em três deles, incluindo a Argentina.
"As equipes argentinas foram convocadas a competir em desvantagem e não estão preparadas para isso", disse Nicolás Russo, presidente do Lanús e diretor da Associação Argentina de Futebol (AFA).
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) está comemorando o retorno da Libertadores e da Copa Sul-Americana, a partir de 27 de outubro.
Mas com diferentes nações reiniciando seus torneios domésticos em momentos diferentes – o Brasil retomou em junho; a Colômbia no fim de semana; a Argentina não começará até pelo menos outubro – alguns times estão reclamando.
O técnico do Racing, Sebastián Beccacece, afirmou que o adversário da quinta-feira, o Nacional do Uruguai, terá jogado quase uma dúzia de vezes desde o recomeço, enquanto o clube da casa ainda não jogou.
"Essa é uma vantagem real e avassaladora", disse Beccacece. "Precisamos confiar que seremos fortes e poderemos apelar para nossa capacidade mental e emocional para tentar compensar essa diferença inicial, porque também estaremos sem a energia de nossos torcedores, que são tão vitais para nós. Mas temos para estar prontos para o desafio."
Todos os jogos serão disputados com portões fechados, mas com taxas de infecção ainda altas – mais da metade de todos os casos de covid-19 está nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde – há um medo de que os jogadores espalhem o vírus ao se deslocarem de avião pelo enorme continente.