Uma mulher de 49 anos acusa um funcionário da Casa Transitória de Araraquara de tentar praticar sexo oral forçado com ela dentro da instituição. A vítima, que está abrigada no local há cerca de 4 anos, procurou a DDM – Delegacia da Defesa da Mulher na manhã desta segunda-feira, dia 28, para registrar a denúncia.
Segundo a vítima, o fato teria ocorrido há cerca de uma semana. Ela disse que, na ocasião, estava dormindo no quarto destinado às mulheres quando o acusado encostou na sua cama, convidando-a para acompanha-lo até o depósito de roupas com a promessa de doar para ela algumas peças.
Mas, segundo a acusação, ao chegar no depósito o funcionário teria pedido para a vítima praticar sexo oral nele. A mulher não aceitou e teria sido agredida com socos nos seios e puxões cabelos, tentando forçar a prática sexual.
A mulher relatou à polícia que conseguiu se soltar do suposto agressor e voltou para o quarto. No dia seguinte ela teria comentado com uma funcionária da Casa Transitória a tentativa de violência sexual, mas a mulher colocou em dúvida o seu relato. A vítima disse ainda que, após comentar o caso, passou a ser ofendida pelo acusado.
Hoje, a vítima, que viveu cerca de 4 anos em situação de rua, procurou a Delegacia da Mulher e fez a denúncia. A delegada Meirilene de Castro iniciou as investigações para intimar o acusado a prestar depoimento.
Por telefone, o funcionário falou com o Portal Morada e negou as acusações. Disse que a mulher que fez a denúncia estaria sendo usada por um rapaz, que não conseguiu ficar abrigado na Casa Transitória e estaria querendo prejudicar os funcionários. Sem entrar em detalhes, o acusado disse que “isso foi um negócio que resolvemos por aqui”. Ele vai prestar depoimento nesta terça-feira, dia 29.
A Prefeitura de Araraquara se manifestou por meio de nota no início da manhã desta terça:
"A Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, está ciente sobre a denúncia e realizando o devido acompanhamento, inclusive com o suporte e apoio do Centro de Referência da Mulher.
Todas as medidas de proteção e acolhimento já foram tomadas à vítima, que realizou o boletim de ocorrência na tarde desta segunda-feira, dia 28. Importante ressaltar que a Prefeitura ofereceu a acolhida por meio da Casa Abrigo, que atua nessas situações, mas a vítima, por ora, não aceitou, tendo optado pela permanência na Casa Transitória.
Com relação ao funcionário, acusado pela vítima, será afastado até que seja apurada a denúncia. Após os trâmites judiciais e de encaminhamento e notificações por parte da Delegacia da Mulher à Procuradoria Municipal de Prefeitura, será iniciado um processo interno administrativo para averiguação da conduta do funcionário público.
A Prefeitura lamenta profundamente o ocorrido e reforça que repudia todo e qualquer ato de violência."