O Nacional é uma das duas equipes da Série A3 que estão entre os oitos melhores da Copa Paulista. Considerado por muitos como a zebra, o time da capital eliminou o Red Bull na fase anterior. Um dos atletas que mais simbolizam o clube é o meia-atacante Emerson Mi. No auge dos seus 36 anos, o experiente jogador é uma das referências do elenco que busca desbancar a Ferroviária e chegar à semifinal do campeonato.
Emerson Mi surgiu nas categorias de base do Palmeiras. Sem muitas oportunidades na equipe profissional, o atleta passou por Juventus, São Bento, Remo (PA) e Ponte Preta, antes de se aventurar no futebol europeu. No Velho Continente, Mi atuou no espanhol Real Murcia e no grego Iraklis. De lá, foi para o Japão para jogar no FC Tokyo.
Após passagem pelo futebol internacional, Emerson Paulista, como também é conhecido, atuou no Bragantino, depois Paulista e Joinville, antes de voltar para o futebol japonês, mas desta vez, para atuar no Shonan Bellmare. “Na Europa e no Japão tive um aprendizado enorme. A cultura é diferente. Hoje, tento passar o que aprendi em termos de responsabilidade, comprometimento e disciplina. Evolui muito, e hoje, com 36 anos, fico feliz em poder ajudar o clube de alguma forma”, comentou Mi.
Em 2011, o jogador voltou para o futebol canarinho e passou por Mogi Mirim, Botafogo, Noroeste, até ter a sua primeira passagem pelo Nacional em 2013. No mesmo ano, ainda defendeu o Independente. Nas últimas três últimas temporadas, Mi defendeu as cores do Nacional e na atual edição da Copa Paulista já anotou três gols e é um dos artilheiros do time.
“Hoje, o meu papel é importante por tudo que já vivenciei no futebol. São quatro anos aqui, então creio que tenho uma importância para o clube. Busco conversar com os mais novos e temos um grupo que está sempre procurando aprender, então fica fácil de trabalhar. O pessoal está sempre querendo saber o que estou fazendo e o que me deixa mais contente é que estou vendo os atletas mais novos querendo aprender”, relatou o jogador.
Bastante identificado com o clube, Mi falou da sua relação com a torcida e agradeceu ao carinho de todos. “A relação com todos é a melhor possível. São quatro anos, marcados por conquistas e alguns momentos de dificuldades, mas a relação sempre foi a mesma. Tenho um respeito enorme pelo clube e é recíproco. A torcida tem um carinho por mim, a diretoria também, então além de ter um profissionalismo, existe uma amizade. Fico muito feliz de estar aqui nesses anos e só tenho que agradecer a todos”, garantiu.
Ainda em termos de relacionamento, o experiente atleta falou da sua relação com o técnico Alex Alves, cinco anos mais velho que o próprio jogador. “O Alex é um cara fora de série. É muito bom ter um treinador que vivenciou tudo que a gente faz hoje porque o relacionamento fica muito mais fácil. É uma excelente pessoa, um cara espetacular, não só ele como toda a comissão, o pessoal está sempre nos ajudando e procurando nos oferecer o melhor para que a gente possa estar bem”, explicou.
Estilo de jogo e aposentadoria
Conhecido por ter um jeito irreverente e técnico de jogar, Mi falou se ainda há espaço para jogadores assim no futebol moderno. “Acredito que se houver um enquadramento no esquema de jogo, não terá nenhuma dificuldade, pois não iremos perder a nossa essência de habilidade e técnica. Às vezes é difícil pela idade, mas creio que ainda tem espaço para jogadores como eu. O futebol está nivelado até um pouco abaixo do que era antes, então me enquadrando no esquema, sempre haverá espaço”, disse.
Aos 36 anos, Mi afirmou não pensar em aposentadoria e usa, os também experientes, Ricardo Oliveira e Zé Roberto como exemplo para continuar atuando. “São ótimos exemplos de jogadores que ainda jogam em alto nível. Tenho comigo que enquanto puder contribuir de alguma forma, estarei jogando. Quando eu não conseguir ajudar mais, terei a consciência de parar. Mas isso ainda não me passou pela cabeça, estou conseguindo jogar sem sentir tanto. Muitos brincam com meu estilo de jogo, e de como me comporto dentro de campo. Isso me traz uma motivação para continuar”, citou.
Por fim, Mi fez uma projeção para o confronto diante da Ferroviária. “Acho que eles são os favoritos, até pela campanha. É uma equipe forte, que temos que respeitar bastante. Mas o Nacional está sempre incomodando e irá continuar assim. Temos bastante jogadores competentes, com qualidade, e com os pés no chão, iremos buscar nosso espaço. Estamos fazendo o máximo para que isso aconteça. Temos que nos impor e fazer o nosso jogo. Será uma briga direta e tem dois jogos para decidir”, concluiu.
O primeiro confronto das quartas de final entre Nacional e Ferroviária acontece neste sábado (22), às 16h, no estádio Nicolau Alayon em São Paulo. O título da Copa Paulista dá o direito de escolha entre uma vaga na Série D ou na Copa do Brasil.
