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Palestra para atletas aborda saúde ginecológica e desempenho

Dra. Tathiana Parmigiano destacou como corpo feminino pode se portar durante ciclos menstruais

A Federação Paulista de Futebol organizou nesta quarta-feira (27) a segunda e última palestra do 2º Ciclo de Videoconferências para o Futebol Feminino, tendo as atletas dos clubes que disputam o estadual como público alvo. A primeira palestra havia sido sobre Gestão Pessoal e, desta vez, foi abordado questões sobre a saúde da mulher. 

A dra. Tathiana Parmigiano, médica da Seleção Brasileira feminina e do Comitê Olímpico, abordou todas as questões sobre a saúde ginecológica das jogadoras e como isso pode influenciar no desempenho das atletas, além de destacar demais fatores que podem causar algum problema para elas, como insuficiência óssea, desidratação e até mesmo anemia. 

Tathiana destacou que foi a primeira vez que viu uma entidade estadual se preocupar em passar para as atletas informações sobre o que acontece com seu corpo. “O trabalho que eu faço na Seleção vem de algum tempo, mas é a primeira vez que uma federação se preocupa em passar essas questões para as atletas, ainda mais que não é apenas uma palestra sobre a saúde da mulher, também envolve questões sobre a ginecologia do esporte, que é uma questão cada vez mais pertinente, dentro da importância de conhecer o ciclo menstrual para otimizar o desempenho das atletas, visando a saúde delas. Quem participou teve uma oportunidade única de entender melhor essas questões”, analisou.

A pandemia por conta do novo coronavírus pode acabar causando algumas preocupações nas atletas e, com isso, causar uma modificação hormonal, influenciando até mesmo a saúde íntima dela. “A saúde mental pode sim ter um influência, até porque nosso eixo hormonal pode estar associado à alterações do humor e até mesmo alterações psíquicas. Então, a pandemia pode mexer com isso, além de fatores biológicos, como menos exposição ao Sol, também afetam nossos fatores fisiológicos. Obviamente, a imunidade de todo mundo tem sido um tesouro, mas dependendo de como essa menina está, pode sim acontecer alterações ginecológicas”, disse. 

Andréia Rosa, zagueira da Ferroviária,  acredita que, ao passar essas informações para as atletas, fica mais fácil de ter um alinhamento com o clube, visando a saúde e integridade das atletas, além de conseguir um resultado positivo em campo. "Acho muito importante agregarem esses conhecimentos para que sejamos orientadas a termos uma qualidade de vida mais saudável e propiciar um melhor desempenho em nossas carreiras esportivas. Acredito que a comissão técnica deve estar bem alinhada com os objetivos individuais e coletivos do grupo, nesse caso, fazer avaliações para diagnosticar possíveis distúrbios e planejar um trabalho preventivo já que estudos (porém não conclusivos) demonstram que as mulheres têm maiores chances de sofrerem lesões articulares durante o período menstrual. Aqui na Ferroviária a comissão técnica tem o controle disso, respondemos um questionário especificamente sobre esse tema", finalizou.

Stella, zagueira do Palmeiras, citou que, ao passar essas questões para as atletas, a FPF auxilia ainda mais no crescimento da modalidade no estado, já que a jogadora começa a compreender questões que influenciam no seu desempenho. “É muito relevante, já que nos auxilia a conhecer o nosso corpo, de saber da importância de procurar um profissional específico da área ginecológica para nos auxiliar no nosso alto rendimento e, consequentemente, nos deixar ciente do quão importante é para o nosso desenvolvimento dentro e fora de campo, tanto individualmente, como no coletivo, melhorando até mesmo nosso relacionamento com as atletas e comissão técnica. Tendo essa preocupação, a Federação Paulista faz com que o futebol aqui cresça ainda mais”, falou.

A meia palmeirense Stefany destacou a importância dos clubes e da própria família da jogadora nos cuidados com as questões da saúde da mulher. "Os clubes têm que ficar atentos e ter responsabilidades com a saúde das atletas, porque nós sofremos com cólica, TPM, entre outras coisas. Tem dias que a gente fica com emocional forte, não conseguimos treinar 100% como normal, então acho muito importante os clubes terem esse controle da gente,  não só se preocupar com físico e tático. Ter entendimento de cada atleta e que tem formas diferentes, acredito que esse assunto nos ajudou muito, tenho certeza que os clubes vão se planejar para uma qualidade melhor. É uma grande oportunidade de aprender e estudar sobre isso. Conhecer individualmente a cada atleta, suas dificuldades e necessidades para acompanhar a especificidade de cada uma. A família sempre dá o apoio necessário, sentindo qualquer mudança no comportamento da pessoa tanto física quanto emocional, para procurar sempre melhorar a qualidade de vida da atleta", pontuou.

 

 

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