A Polícia Militar do Estado de São Paulo confirmou que adotou, durante o úlitmo carnaval, uma estratégia para manter a segurança: os policiais se fantasiaram para passarem despercebidos no meio dos foliões. A ação de dois agentes vestidos de Chapolin Colorado, segundo a secretaria da Segurança Pública, resultou na prisão de uma quadrilha responsável por furtar celulares em um bloco na zona sul de São Paulo. Os disfarces, no entanto, não se limitaram aos personagens do seriado de TV.
Os policiais usaram camisas floridas, bermudas e se fantasiaram de Malévola, Pluto e até de Pateta para se infiltrar nos bloquinhos carnavalescos. “Foi um recurso que usamos para chegar mais perto dos suspeitos, que estavam escondidos em meio aos foliões, mas sem chamar a atenção”, explicou a fotógrafa pericial Telma Rocha.
A Secretaria comemora o resultado da ação inusitada e o fato de que os foliões só perceberam que o Chapolin ou a Malévola eram policiais quando eles agiram para deter algum suspeito. Em um desses episódios, na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo, o público teria aplaudido a prisão de um ladrão. “Não é do nosso dia a dia trabalhar fantasiado”, comentou Augusto Curban Crocco, que atua como auxiliar de papiloscopista no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele foi um dos policiais que atuou disfarçado de Chapolin.
Na ação que viralizou nas redes sociais, Gocco e o investigador Jonathan Romes Santana, fantasiados de Chapolin, perceberam quando uma mulher indicava potenciais vítimas a outros três assaltantes. Ela foi presa e seis celulares recuperados. A Operação Carnaval da Polícia Civil resultou na prisão de 59 suspeitos, com a recuperação de 189 celulares e quase 600 cartões bancários apreendidos.
Segundo o agente Crocco, foi uma novidade fazer esse tipo de trabalho, mas a melhor parte, além de promover uma maior segurança para um evento tão grande quanto o Carnaval, foi a integração dos departamentos da Polícia Civil, desde os investigadores até a equipe de perícia e da carceragem, por exemplo.
O perito Rafael Heck, a investigadora Karina Badiera e o auxiliar de papiloscopista Fábio Narciso, que também participaram da ação nos dias de folia, compartilharam a alegria dos colegas de profissão. “É gostoso porque é um trabalho que na maioria das vezes você precisa passar despercebido. Quando esse reconhecimento acontece naturalmente é uma satisfação”, afirmou Narciso.