O repórter Ed Júnior, do Portal Morada, foi alvo de uma abordagem atípica por parte da Polícia Militar de Araraquara durante uma cobertura ao vivo sobre um acidente de trânsito na noite do último sábado (22).
A reportagem acompanhava um capotamento em frente ao Salto Grande I, condomínio de classe média, em Araraquara. O acidente envolveu apenas um veículo Jetta, com quatro ocupantes e mobilizou uma equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que chegou no local antes da Polícia Militar. Motorista e passageiros, no entanto, recusaram atendimento médico.
Clique aqui e assista ao vídeo e veja a abordagem policial contra o repórter
O local é conhecido como ponto de encontro de jovens que circulam em alta velocidade aos fins de semana. O repórter fazia uma transmissão (veja aqui) quando foi interpelado por uma das pessoas, possivelmente ocupante ou conhecido de uma das vítimas, que questionou a presença da imprensa. Uma segunda pessoa, poucos minutos depois, fez o mesmo questionamento e, tão logo as viaturas policiais chegam no local, se dirige aos PMs. Com isso, um dos policiais, antes de listar as possíveis vítimas ou os responsáveis pelo acidente, se dirigiu ao repórter e pediu a documentação para qualificar o profissional. Em seguida, ele perguntou: “Você tem passagem?”, de forma intimatória.
A situação provocou constrangimento ao repórter, uma vez que ele legalmente exercia um direito profissional. O acidente aconteceu na via pública, num lugar aberto e, portanto, sem nenhum impedimento para a transmissão ou captação de imagens. O local sequer havia sido interditado – e nem foi posteriormente – para o trabalho da perícia, que não ocorreu. Além do repórter do Portal Morada, diversas outras pessoas estavam mais próximas do veículo – amigos e familiares dos envolvidos, que não foram removidas do local.
A identidade dos envolvidos não foi divulgada. A Polícia Militar, até o momento, não se manifestou sobre a atuação do policial.
Leia também:
Opinião: Subserviência fardada – abordagem é mais um caso do racismo estrutural brasileiro.