O prefeito de Trabijú, Maurílio Tavoni Júnior, o Juca (MDB), renunciou ao cargo na tarde desta sexta-feira (3). É a primeira vez na história do município, emancipado em 1996, que um chefe do Executivo deixa o cargo antes de cumprir o mandato.
A decisão foi tomada depois que a Câmara Municipal de Trabijú instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do prefeito. Tavoni estava sendo acusado de utilizar dinheiro público para contratar um show pirotécnico realizado na virada do ano de 2016/2017, período em que ainda não tinha oficialmente tomado posse para o terceiro mandato à frente do Poder Executivo. De acordo com a denúncia, o show teria ocorrido no dia 31 de dezembro de 2016, véspera da posse de Juca Tavoni, em uma propriedade particular, mas foi pago pela Prefeitura de Trabijú.
Juca já havia sido prefeito de Trabiju por dois mandatos (2005-2012). Em 2016, ele disputou o cargo pela terceira vez e venceu as eleições. Na carta de renúncia, ele se disse vítima de uma perseguição política.
Segundo a denúncia, que já chegou também ao Ministério Público, a contratação para a queima de fogos custou cerca de R$ 8 mil. O valor foi empenhado pela Prefeitura no dia 2 de janeiro. O funcionário responsável pelo pagamento, no entanto, só foi nomeado oficialmente para a função no dia 4 de janeiro – dois dias depois de assinar a nota.
Prefeito reconheceu erro
Em entrevista ao Jornal da Morada, em fevereiro deste ano, Juca reconheceu o erro, mas afirmou que a Câmara abriu a Comissão apenas para desgastar o governo. “Realmente houve essa queima de fogos, mas não foi particular, foi para a população de Trabijú. Foi num terreno vizinho a chácara do meu pai, fornecido por um colega nosso. Infelizmente a gente soltou mesmo, mas foi um erro. A gente reparou o município, os cofres públicos. A gente vai responder, pois já está no Ministério Público. Tá em andamento, mas infelizmente, como é um ano político, a Câmara resolveu fazer isso visando as eleições municipais”, disse o prefeito.
Para Tavoni, a apuração foi contaminada pelo processo eleitoral. “Realmente houve um equívoco nosso, a gente errou e está respondendo ao Ministério Público. Um prefeito é passível de erro, mas a Câmara está agindo de má fé porque lá tem candidatos contra o prefeito”, completou.