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Santa Casa realiza cirurgia de alta complexidade

Entidade promove, pela primeira vez, uma embolização de aneurisma cerebral

Depois de 114 anos, a Santa Casa de Araraquara realiza, pela primeira vez, o procedimento de embolização de um aneurisma cerebral.

O procedimento de embolização é um método endovascular de tratamento para a correção de aneurismas. “Por ser uma técnica moderna e minimamente invasiva, conseguimos resolver e proporcionar a cura ao paciente”, explica o médico neurocirurgião Lucas Bonadio.

O aneurisma cerebral ou aneurisma sacular é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. A pressão do sangue na parede da artéria força essa região menos resistente e dá origem a uma dilatação que pode ir crescendo lenta e progressivamente. À medida que o aneurisma cresce, a chance de ocorrer sangramento aumenta. A ruptura do aneurisma causa uma hemorragia intracraniana (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico – AVC), quadro extremamente grave.

O problema atinge aproximadamente 3% da população mundial. Por conta disso, cada vez mais, os neurocirurgiões idealizam procedimentos mais modernos para tratar o aneurisma.

 

Tratamento Endovascular – Embolização

A embolização é realizada na sala de hemodinâmica, utilizando-se um cateter que preencherá o aneurisma com micromolas de platina, impedindo que o fluxo de sangue entre no aneurisma, evitando, assim, a sua ruptura (sangramento). A artéria que tinha um aneurisma permanece aberta levando sangue de maneira adequada para o cérebro.

Além desse procedimento, a área de neurorradiologia intervencionista vem descobrindo novas maneiras para atender os pacientes. A mais moderna utiliza, no momento, um stent redirecionador de fluxo. O stent é uma peça de metal que entra pelo corpo do paciente, por meio de microcateter, e tem como função impedir a entrada do fluxo sanguíneo para o aneurisma, impedindo que ele sofra rupturas.

Essa técnica reduz a possibilidade do aneurisma recanalizar (voltar a encher) e serve para tratar casos mais complexos. A técnica de embolização de aneurismas cerebrais também possibilita uma recuperação mais rápida e menos dolorosa, a redução quase total da taxa de infecção hospitalar e menos trauma, já que não há abertura do crânio e uma alta hospitalar precoce. Além disso, esse procedimento não deixa cicatriz, que é um fator de permanente preocupação das pessoas.

Apesar da evolução, o procedimento possui riscos e requer os mesmos cuidados, considerando-se que é realizado em uma área delicada, o cérebro.

 

Embolização

O tratamento por embolização dos aneurismas cerebrais começa com a inserção de um cateter (pequeno tubo plástico), na artéria femoral da coxa do paciente, que navega pelo corpo até chegar ao interior do aneurisma.

Por meio dessa viagem pelo corpo, levadas pelo cateter, pequenas molas ou espirais de platina são inseridas aos poucos dentro do aneurisma até a oclusão total dele, impedindo, dessa forma, o sangramento.

Causas

Predisposição familiar, hipertensão arterial (a pressão alta facilita o desenvolvimento e a ruptura dos aneurismas), cigarro, entre outras.

Sintomas

Aneurismas, geralmente, são assintomáticos até o momento da ruptura. O sintoma mais comum após a ruptura é uma dor de cabeça súbita e intensa, muitas vezes considerada a "pior dor de cabeça que a pessoa já teve". Sangramentos abundantes podem ser fatais.

Diagnóstico

A angioressonância magnética é um exame fundamental para o diagnóstico dos aneurismas. O ideal seria que fossem detectados precocemente, antes de sangrarem, mas isso raramente acontece, porque essa avaliação não é comum na rotina dos exames de check-up.

Exames que diagnosticam a doença: angiografia por cateterismo cerebral, por ressonância magnética e por tomografia computadorizada. A tomografia convencional geralmente não detecta o aneurisma antes da ruptura.

 

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