Uma foto feita por médicos e enfermeiros postada nas redes sociais está causando polêmica. A foto teria sido feita no centro cirúrgico da Santa Casa de Nova Europa.
A montagem mostra várias selfies na sala de cirurgia. Enquanto os profissionais sorriem para o registro fotográfico, ao fundo é possível ver o momento da sutura em um paciente.
Apesar de não ser possível ver o rosto da pessoa que está na mesa da cirurgia, dezenas de internautas questionam a exposição da situação, assim como a entrada de um aparelho celular, já que qualquer equipamento deve ser higienizado antes de ser inserido no ambiente hospitalar. As imagens também não foram autorizadas pelo paciente.
A reportagem tentou, por diversas vezes, contato com a diretoria do hospital, mas ninguém atendeu as ligações. O Conselho Regional de Enfermagem (COREN) também foi procurado, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.
Divulgação de imagens
A reportagem do Portal Morada também encontrou várias imagens de profissionais da medicina durante procedimentos cirúrgicos. Na página de um médico de Araraquara, diversas fotos mostram as equipes em um centro cirúrgico. O material é usado tanto como material publicitário como postagem de cunho pessoal.
A Constituição Federal considera que "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".
Há alguns anos, após sucessivos casos semelhantes ao ocorrido em Nova Europa, a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (Sbait) promoveu uma campanha para mobilizar seus associados contra a publicação de imagens de pacientes.
“O controle da captação de imagens é muito difícil em ambientes externos, mas, dentro do ambiente hospitalar, em ambulâncias, essas imagens não podem ser transmitidas. Existem princípios do Código de Ética Médica dizendo que nós temos que zelar pelo sigilo dos nossos pacientes”, avaliou o presidente da Sbait, Gustavo Fraga, lembrando ainda que “informações, fotos e filmes dos atendimentos não podem ser transmitidos, a não ser que haja consentimento dos pacientes envolvidos”.
Segundo a entidade, a atitude de divulgar esse tipo de imagem de pacientes fere o Código de Ética Médica, que prevê que o médico deve manter sigilo sobre as informações a que tenha acesso no desempenho das funções, mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o que paciente tenha morrido. As imagens só podem ser divulgadas se o paciente ou a família autorizar.
