Os servidores públicos municipais de Araraquara decidiram, em uma assembleia lotada realizada na noite desta segunda-feira (19), entrar em greve geral por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (20).
A paralisação foi confirmada após o governo municipal, comandado pelo Dr. Lapena, se recusar a continuar as negociações com o Sindicato da categoria e manter a proposta de reajuste que, segundo os trabalhadores, na prática representa uma redução salarial.
A mobilização atinge todos os setores da Administração Municipal, com exceção da Guarda Civil Municipal e dos Agentes de Trânsito, impedidos legalmente de aderir à greve, e dos serviços essenciais como urgência e emergência em saúde e abastecimento de água, que seguirão funcionando por decisão da diretoria do Sindicato, que afirma entender a importância desses atendimentos à população.
O principal ponto de conflito é a proposta da Prefeitura de não incorporar o abono salarial aos vencimentos dos servidores, o que, segundo o Sindicato, acarretaria perdas reais nos salários. Durante a assembleia, o secretário de Governo, Leandro Guidolin, apresentou um parecer do Ministério Público contrário à incorporação do abono, argumentando que a proposta da gestão seria definitiva, encerrando qualquer possibilidade de nova negociação.
Representantes do Sindicato, membros da comissão de servidores e vereadores presentes contestaram o posicionamento, tentaram abrir nova rodada de negociações e pediram a retirada do projeto da pauta da Câmara, mas não foram atendidos. Segundo relatos, Guidolin manteve a postura inflexível, optando por seguir com a tramitação da proposta mesmo diante da iminência de uma greve ampla.
Diante da negativa, os servidores receberam apoio político significativo. Dez vereadores, entre eles nomes da oposição e até integrantes da base governista, declararam apoio à paralisação e anunciaram que irão trancar a pauta de votações na Câmara Municipal até que o Executivo aceite retomar o diálogo com a categoria.
Entre os parlamentares que assumiram publicamente o compromisso estão Maria Paula, Filipa Bruneli, Alcindo Sabino e Paulo Landim (PT), Aluísio Boi e Marcão da Saúde (MDB), Guilherme Bianco (PCdoB), além dos vereadores Enfermeiro Delmiran, Michel Kary e Cristiano da Silva, todos do PL.
Com a Câmara travada e os servidores nas ruas, a expectativa é que o governo reavalie sua postura. O Sindicato reforça que está aberto ao diálogo e aguarda um convite formal para a retomada das conversas. Enquanto isso, os trabalhadores se concentrarão em frente à Prefeitura a partir das 8h desta terça-feira.
A direção do Sindicato lamenta que a situação tenha chegado a esse ponto e reforça que a paralisação só ocorreu porque o governo se recusou a buscar uma saída negociada.