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STJ concede liberdade provisória a acusados pela morte de Fabinho Cross em Araraquara

Justiça considerou bons antecedentes e ausência de risco ao processo. Caso aguarda decisão sobre júri popular

Todos os cinco réus denunciados pela morte do empresário Fábio Luiz Alves Gaspar, conhecido como Fabinho Cross, foram colocados em liberdade provisória na noite da última terça-feira (23), por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso, que ganhou grande repercussão em Araraquara e região, ocorreu em setembro de 2023 e ainda mobiliza a opinião pública.

A decisão judicial considerou que os acusados são réus primários, possuem bons antecedentes criminais, endereço fixo, trabalho formal e, principalmente, não representam ameaça à condução do processo. Por isso, não haveria justificativa legal para a manutenção da prisão cautelar.

Foram beneficiados pela medida os seguranças Danilo Henrique Rocha Valarani e Adrian Antony Rodrigues Vidal, o gerente da casa noturna Almanaque, André Maciera (conhecido como Deko), o bombeiro civil Agnaldo Francisco Rodrigues, e o cliente Eduardo Carrascosa Franco Machado. Todos compareceram à audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (25), no Fórum de Araraquara, com exceção de André e Agnaldo, que participaram virtualmente após se apresentarem espontaneamente, já que estavam foragidos.

Antes da audiência, testemunhas de defesa e acusação já haviam sido ouvidas, mas o processo corre sob segredo de Justiça, o que limita o acesso a documentos, imagens e demais provas.

O Ministério Público de São Paulo denunciou os cinco por homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Conforme a denúncia, Fabinho foi retirado da pista de dança da casa noturna após um suposto comportamento inadequado. Ele teria sido levado a uma área isolada do estabelecimento, onde foi imobilizado e espancado por vários minutos, inclusive com chutes e golpes na região do pescoço e tórax.

Laudos periciais e imagens das câmeras de segurança sustentam a versão de que a vítima foi contida com violência. Fabinho perdeu a consciência durante a agressão, chegou a ser socorrido até a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou como causa da morte asfixia mecânica por estrangulamento, possivelmente ocasionado por um “mata-leão”, técnica de imobilização relatada por testemunhas.

Até então, Danilo e Adrian estavam presos na Penitenciária de Taiúva, enquanto Eduardo respondia em liberdade. Já André e Agnaldo haviam se ausentado e eram considerados foragidos.

Apesar da liberdade provisória, o processo ainda está em fase de instrução, e o próximo passo será a decisão sobre a realização ou não de um júri popular, algo que deve ocorrer nos próximos meses. A definição caberá ao juiz do caso, com base nas provas reunidas até o momento. Não há data marcada para essa deliberação.

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