O escritor araraquarense Vicente Henrique Baroffaldi acaba de lançar o livro 'Almanaque do Futebol S/A da Ferroviária', uma obra que apresenta dados do time desde a implantação do clube-empresa em 2004. O autor, que lançou seu primeiro livro em 2010, chegou à marca de 14 obras publicadas em 11 anos. Clique aqui para conhecer a história do escritor.
Torcedor apaixonado pela Locomotiva, o historiador e pesquisador possui a página 'Ferroviária em Campo', que tem o principal objetivo de lembrar e exaltar as façanhas do time, sem descuidar da história atual. Por esse motivo, a página é um sucesso entre os torcedores afeanos no Facebook.
Sempre contando com a colaboração de Paulo Luís Micali, Baroffaldi apresenta seu 10º livro que traz a Ferroviária como foco principal. A obra, no entanto, é a primeira que retrata um passado recente do time, a era clube-empresa. O período registrado tem início em 2004, ano em que o time integrava a Série B1 (quarta divisão) do Campeonato Paulista e se encerra com a boa participação no Paulistão 2021.
Os outros livros escritos por Baroffaldi foram 'Ferroviária em Campo – Seis Décadas de Futebol da Ferroviária de Araraquara', (2010), 'XV – O Alviceleste do Carmo' (2011), 'São Paulo Internacional' (2012), 'A Deusa Vida/Solidão Cósmica' (2012), 'O Futebol na Terra do Sol' (2013), 'Ferroviária em Campo: Breviário Grená' (2014), 'Ferroviária em Campo: Tricampeã do Acesso' (2015), 'Ferroviária em Campo Contra os Grandes Clubes Paulistas' (2016), 'Ferroviária em Campo: Feitos e Exaltações' (2017), 'Ferroviária no Paulistão – Campanhas, Formações e Artilheiros' (2018), 'Todos os dias com ela' (2018), 'O Melhor Campeonato Paulista da Ferroviária – O Esquadrão Fantasma' (2019) e 'Notas do meu Caderno Grená' (2021).
Um divisor de águas do clube
Baroffaldi revela que sua primeira proposta para o livro era outra. "A ideia inicial era mostrar o desempenho da Ferroviária no século XXI, mas quando pensei no que houve de notável nesse período, acabei concluindo que seria interessante destacar o surgimento da S/A no futebol afeano, fato que marcou uma profunda transformação no clube. E como o arquivo de 'Ferroviária em Campo' é mais fértil sobre o passado recente e atualidade, entendi que seria pertinente e apropriado dar o título de Almanaque ao trabalho", explica.
O escritor vê a implantação da S/A como um dos dois maiores momentos revolucionários do clube. "O primeiro divisor de águas da Ferroviária foi quando a EFA foi extinta e incorporada à FEPASA, em 1971. Representou um abalo o desamparo que se processou com o fim da EFA, que dava respaldo ao clube. O segundo divisor de águas aconteceu no final do ano de 2003, com a criação da Ferroviária Futebol S/A. Desta feita, um fato que tirou a associação da insolvência e, paulatinamente, conduziu-a da quarta para a primeira divisão do futebol paulista e estabilizou suas finanças. Antagônicos, esses dois divisores foram gigantescos", analisa.
Perguntado se acredita que o clube-empresa poderia tirar outros times interioranos de situações financeiras caóticas, Baroffaldi destaca que precisaria ser analisado o que cada clube tem a oferecer. "A Ferroviária lançou mão de seu último e mais valioso patrimônio – o complexo esportivo da Fonte Luminosa -, que foi municipalizado em troca da liquidação de suas dívidas. Aí, então, firmou-se a S/A. Recentemente, os atuais investidores deixaram claro que escolheram a Ferroviária pela sua estabilidade financeira. Portanto, sem algo importante como moeda de troca, é praticamente impossível que os clubes, de tradição mas geralmente de 'onze camisas', consigam o interesse de investidores. Vale registrar aqui a recente aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto que trata da transformação, não obrigatória, de clube em clube-empresa. Vejamos no que isso poderá ser traduzido", menciona.
Dentro do período relatado no livro, o autor aponta qual foi o jogo que mais lhe marcou. "Foi no dia 2 de maio de 2015, na Fonte Luminosa, empate por 0 a 0 entre Ferroviária e Guarani. Não pelo jogo em si, mas pela festa proporcionada pela torcida afeana, comemorando a volta do time à divisão principal do futebol de São Paulo. Foi muito emocionante participar das comemorações após 19 anos de sofrimento. Mais de 14 mil pessoas em grande vibração, festejaram um feito memorável", relembra.
Mesmo com tantos livros sobre a Ferroviária, Baroffaldi assegura que ainda restam muitas histórias para contar. "A Ferroviária é uma fonte luminosa e inesgotável de inspiração, e dentro da dinâmica que o futebol apresenta, os fatos se sucedem e nos subsidiam magicamente", garante o escritor. "Fica aqui o meu mais sincero agradecimento aos amigos pesquisadores que contribuíram com esse trabalho, e um agradecimento especial ao Paulo Micali, que participou ativamente no apoio a mais essa iniciativa de propagar a história da querida Ferroviária", conclui o autor.
Vale destacar que o livro 'Almanaque do Futebol S/A da Ferroviária' é publicado pela Ponte Editores e tem o preço de R$ 40. Pode ser encontrado nas bancas da Avenida Duque de Caxias, esquina com a Rua São Bento e Praça Pedro de Toledo, respectivamente, Banca Central e Banca da Praça.