A moradora de Araraquara, Aparecida Sevilha De Souza, de 63 anos, acionou a Polícia Militar para denunciar o constrangimento provocado por um casal que, segundo ela, debochou da sua condição física. Ela é portadora de nanismo e tem 1,29 m de altura. Além disso, ela faz uso de bengala por causa de uma má formação congênita em uma das pernas.
A situação de constrangimento aconteceu no último sábado (27), próximo a avenida Francisco Vaz Filho, em Araraquara. Ela disse que se dirigia ao estabelecimento quando notou que um casal olhava e ria da sua condição. Os risos continuaram mesmo após ela adentrar o estabelecimento. “A cada corredor que eu ia, eles me seguiam, rindo. Eu fui em outra gôndola e vejo esse mesmo casal dando risada da minha cara. Fiquei muito constrangida. Cada corredor que eu ia, eles iam atrás e riam. Foi quando olhei e disse “respeito é bom e eu gosto’. Tua mãe não te deu educação?”, contou a vítima.
Outros clientes perceberam a situação e apoiaram Aparecida, que chorou por causa do constrangimento. Ela acionou a gerência do estabelecimento e a Polícia Militar, que compareceu ao local e tomou o depoimento da vítima.
Os autores foram identificados em boletim de ocorrência. O casal seria de São Joaquim da Barra-SP, mas não foi levado à delegacia.
“Eu já tinha passado por uma situação parecida em outro estabelecimento. Eram jovens, perceberam meu constrangimento e pediram desculpas. Dessa vez, eu não tenho condições de desculpar”, concluiu Aparecida, que afirma ter interesse em representar contra os acusados.
O caso foi registrado na Polícia Civil e os acusados poderão responder por “discriminação de pessoas em razão de sua deficiência”. A Assessoria de Políticas para a Pessoa com Deficiência e a Coordenadoria Executiva de Políticas Étnico-Raciais, órgãos da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular da Prefeitura de Araraquara, vão acompanhar o caso e oferecer o suporte cabível à vítima.
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