A ação criminal movida pelos 18 vereadores da Câmara Municipal de Araraquara contra o jornalista José Carlos Magdalena, da Rádio Morada AM/FM, teve a primeira audiência na tarde desta quinta-feira (13), no Fórum de Araraquara. O primeiro encontro, quando o representante do judiciário tenta uma conciliação entre as partes, terminou sem acordo.
Pelo menos 17 vereadores compareceram à audiência, acompanhados pela advogada do Legislativo, que assina a ação. Perguntado pela autoridade judicial sobre a possibilidade de acordo, Magdalena disse que só aceitaria se os vereadores firmassem compromisso pela redução dos subsídios. A proposta não foi aceita pelos parlamentares e a audiência foi encerrada.
A redução de salários já havia sido apresentada pelo jornalista como condição para cessar as críticas feitas pelo Jornal da Morada. Um vídeo publicado na quarta-feira (12) nas redes sociais sobre o assunto teve mais de 23 mil visualizações e centenas de comentários.
Após a rápida audiência, os vereadores deixaram o prédio do Fórum (veja as imagens), alguns em visível estado de constrangimento. Ainda não há data para a próxima audiência, quando as partes serão ouvidas.
Relembre o caso
O jornalista José Carlos Magdalena é alvo de uma ação criminal, assinada pelos 18 vereadores da Câmara Municipal de Araraquara. Segundo a queixa, as críticas proferidas pelo jornalista durante sucessivas edições do Jornal da Morada estariam atentando contra a honra dos parlamentares.
Cópias do programa foram disponibilizadas à Justiça. Em sua defesa, o jornalista alega que as críticas não têm cunho pessoal, pois se referem ao modelo político esgotado e mantido pelos políticos de Araraquara. “Os custos do Poder Legislativo ainda são muito altos. Não é possível a Câmara se recusar a debater a questão dos subsídios dos vereadores, como a população pede desde o início do ano”, declarou. Magdalena ainda lembra que cada vereador tem à sua disposição três assessores em cada gabinete, além de carros e motoristas. “Enquanto falta dinheiro para áreas importante como saúde e educação, a Câmara consumiu R$ 10 milhões entre janeiro e junho deste ano. Por isso que digo que esse modelo é canalha”, declara.