Às vésperas das eleições mais conturbadas depois da redemocratização do país, alguns dos principais atores do nosso futebol tupiniquim fazem parte do jogo.
Ronaldinho Gaúcho, um dos mais habilidosos jogadores de nossa história, driblou à direita e declarou seu apoio ao candidato do PSL Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, Ronaldinho publicou uma foto com uma camisa 17, o número de Bolsonaro nas urnas, e inseriu ainda uma mensagem dizendo que defende o Brasil e espera o "melhor" para o país, com "paz, segurança e alguém que nos devolva a alegria."
A posição de Ronaldinho Gaúcho surpreendeu o Barcelona (clube em que o meia-atacante brasileiro fez sucesso) pelas posições extremas e antagônicas aos valores que encarnam não só o Barcelona e sim também a sociedade em geral, afirmou o jornal Sport, de Barcelona
A diretoria do Barcelona tomou uma atitude radical e decidiu reduzir as participações do ex-jogador como embaixador mundial do clube devido ao apoio a Jair Bolsonaro .
De acordo com o jornal catalão "Sport", o posicionamento de Ronaldinho Gaúcho "surpreendeu o clube". O mesmo deve acontecer com Rivaldo, que também apoia Bolsonaro.
Bola fora de Neymar
Outro astro do futebol brasileiro e mundial, Neymar, pode não ter feito uma excelente Copa do Mundo, mas faz parte do jogo de Jair Bolsonaro. Após o 1º turno da eleição, fãs de Neymar criticaram o jogador nas redes sociais por ele ter curtido uma postagem favorável ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Neymar curtiu uma publicação de Alan Patrick, ex-jogador do Flamengo e atualmente meia do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
No post, Patrick diz que o Brasil precisa de um presidente que "resolva os problemas do país e não que nos ensine valores, isso temos que aprender em casa, na escola". A foto que acompanhava essa legenda mostra uma camisa da seleção brasileira com o número 17, o mesmo do candidato do PSL.
É estranho num país que teve Afonsinho, Reinaldo, Sócrates e tantos outros jogadores defendendo a democracia, enxergar nos atuais ídolos defesas escancaradas da homofobia, misoginia e racismo. Não combina em nada com a subversão do drible, com o jeito lúdico e livre do brasileiro jogar futebol. Talvez essas posições expliquem, em parte, o quão chato anda nosso futebol.
Gol contra do futebol brasileiro.