Não sei exatamente onde a indignação se tornou seletiva, onde o que menos importa são as pautas comuns e ninguém pode aceitar as escolhas dos outros.
Quem me conhece sabe bem que sou apartidário e não antipartidário e que sempre trabalhei para explicar que, independente das ideologias pessoais, há sim pautas que afetam a todos. Nesse ponto lembro da frustrada luta contra o aumento dos vereadores, quando tentei juntar todos os movimentos sociais independente de bandeira e um panfleto virou motivo de agreções verbais até de deputado estadual.
Na época do Reage Araraquara foi difícil eu entender que, seja qual for a luta, todos possuem o direito de participar e com a bandeira que for e hoje, as mesmas pessoas que me mostraram essa ideia fantástica, são hostis ao ver uma pessoa que votou no Bolsonaro lutando contra o corte da educação.
Uai, somar não é a ideia!??
Observe a seletividade. Xingar alguém por acreditar na inocência do Lula pode, mas doi quando é taxado de "bolsominio"? Taxar alguém de fascista por votar no Bolsonaro pode, mas chamar de "petralha" ofende?
Sair às ruas pela educação com gritos pelo fim da PM pode, com gritos de Lula Livre pode, com xingamentos dos mais diversos então… tá autorizado. Olhar as paredes e quadros negros das universidades totalmente destruídos é ato de liberdade de expressão. Cortar gastos da educação com a justificativa de balbúrdia pode. Retirar verbas de pesquisas importantes pode. Xingar e desqualificar pode.
OBSERVE: Dois lados de uma mesma moeda com um indignação seletiva que chega a dar nojo.