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Araraquara se despede do professor e jornalista Antonio Jorge Moreira

Um dos maiores pesquisadores da história da Ferroviária faleceu aos 92 anos de idade

Araraquara perdeu na última quarta-feira (27) um dos maiores nomes do jornalismo esportivo da cidade. O professor e cronista Antonio Jorge Moreira faleceu aos 92 anos de idade e deixa um trabalho marcante na imprensa e na educação de Araraquara.

Moreira foi um dos mais queridos profissionais da imprensa araraquarense, modelo para os mais jovens que iniciam na profissão, por ter seu estilo marcado por muita ética, investigação e muita simpatia, tanto no meio jornalístico como nas salas de aula onde lecionou.

Seu sepultamento aconteceu na quinta-feira (28) no Cemitério São Bento. Moreira deixou esposa, filhos, genro, noras, netos, bisnetos, parentes e amigos.

Amor pela educação e pelo jornalismo

Antonio Jorge Moreira nasceu em 30 de setembro de 1931 na cidade de Pindorama-SP, filho de Manoel Moreira e Anna Apparecida Moreira e irmã de Maria Therezinha. Cresceu jogando botão e desde os seis anos de idade torcia para o Corinthians.

Em Pindorama, começou a conhecer a rivalidade do futebol com as equipes amadoras do Pindorama Esporte Clube e o Pindorama Futebol Clube. Aos 16 anos fazia parte do Centro Estudantil Pindorama, que o convidou a escrever no jornal sobre esporte amador.

Casou-se com Vânia Eulália Ferraz Moreira, com quem teve três filhos: Marco Antônio, Vinicius e Eloisa. A família se multiplicou com a vinda de netos e bisnetos. Para familiares e amigos, o professor Moreira era simplesmente Toninho.

Se sua história é respeitada no meio jornalístico da cidade, no cenário educacional não é diferente, já que Moreira dedicou 32 anos de sua vida ao magistério, sendo 22 deles como diretor de escola.

Uma de suas histórias ilustra bem a dedicação com a qual levava sua profissão. Estava começando na carreira de professor em Pindorama quando assumiu uma classe com 36 alunos e 12 estavam muito mal nas notas. Dispensou toda a turma mais cedo e teve uma conversa somente com os 12. Disse que não queria uma nota 10, apenas uma nota 6 de cada um. Se isso acontecesse, presentearia a turma com uma bola e treinaria o time. Todos eles conseguiram as notas e Moreira cumpriu a promessa: comprou a bola e treinou o time, que ainda coroou a história com um título em um campeonato de estudantes.

Chegou em Araraquara em 1958, quando ingressou na crônica esportiva e a aproximação com a Ferroviária foi inevitável. A oportunidade foi dada por Jorge José Hage, que o convidou para ser correspondente da Gazeta Esportiva. Em seguida trabalhou na Rádio Cultura por 10 anos. Também trabalhou na Revista Gazeta Esportiva, Jornal Hoje (do cronista José Conde Sobrinho) e na Folha da Cidade.

No jornal O Imparcial, foi o criador da coluna ‘Tópicos do Passado da Ferroviária’, onde recontou toda a trajetória da equipe, ou seja, presenciou de perto quase todas as história narráveis e inarráveis durante a existência do time. Essa coluna serviu de base para diversas pesquisas realizadas por outros profissionais da cidade.

Embora a partida do professor Moreira deixe um vazio, seu legado perdurará através das vidas que ele tocou e das lições que ele ensinou. Sua dedicação à educação e ao jornalismo servirá como inspiração para as gerações futuras, lembrando-nos da importância de buscar a verdade, defender os princípios e nunca desistir dos sonhos.

Texto com pesquisa de Alessandro Bocchi

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Carlos Andre

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