Dona Eulália esbanja simpatia e amor pelo esporte. Aos 90 anos de idade, a aposentada esteve presente em quatro Olimpíadas. Torcedora da Ferroviária, ela torceu pelo Brasil em 2016, mas dessa vez, assistindo em casa.
Desde menina, Eulália Apparecida Schiavon já demonstrava interesse pelo esporte. Nas aulas de educação física no colégio, a araraquarense teve seu primeiro contato com uma bola de basquetebol. Daí em diante o esporte passou a fazer parte da sua vida. Se formou em Educação Física pela USP e foi professora durante 33 anos, lecionando na cidade de Matão e posteriormente Araraquara, no Ginásio São Bento e na Escola Estadual Bento de Abreu (EEBA). Mas foi a partir de 1968, que o espírito olímpico encantou a então professora.
“Eu tinha o sonho de acompanhar uma Olimpíada. Em 1968, tive a oportunidade de viajar com a Associação de Classes dos professores, que enviou duzentos profissionais de todo o país para acompanhar os jogos do México. Daí em diante não parei mais. É uma maravilha. Você assiste uma e depois quer ver outra e mais outra”, conta.
Depois do México, a professora viajou para a Alemanha (1972), Canadá (1976) e Rússia (1980). Com os olhos marejados, Eulália recorda cada momento e cada viagem em companhia das irmãs, que também entraram no espírito olímpico e começaram a acompanha-la à partir dos jogos do México, em 1968. Entre as recordações inesquecíveis, dona Eulália também narra momentos tristes que guarda na memória. “Em 1980, nas Olimpíadas da Rússia, foi uma tristeza. Era uma coisa bárbara. O país vivia o comunismo, a pobreza era enorme. Naquele tempo a Rússia estava sob ataque”, explica.
Ainda emocionada, a aposentada fez questão de deixar registrado o momento “único”, presenciado na Olímpiada de 1976, no Canadá. “Aquela moça da ginástica (Nadia Comaneci) ganhou prêmios lindos (cinco medalhas). Maravilhosa aquela moça. Foi uma das coisas mais lindas que pude ver”, relembra.
Aos 90 anos de idade e com a saúde impecável, dona Eulália acompanhou mais uma Olimpíada. Desta vez em casa, pelo televisor. A alegria estampada no sorriso de quem presenciou momentos históricos e conquistas inesquecíveis contrasta com a lucidez e a euforia da aposentada, pela camisa camisa grená. “Eu sei que todos tem amor por essa camisa, essa grandiosa Ferroviária. Nunca deixem de torcer, pois ela merece”, conclui.
(Texto: Thiago Carvalho, assessor de imprensa da Ferroviária)