InícioNotíciasGeralCEI do Daae: superintendente encerra fase de depoimentos

CEI do Daae: superintendente encerra fase de depoimentos

Guilherme Soares negou ter conhecimento de vazamentos anteriores no reservatório rompido e informou que as limpezas no espaço era anual

 

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Daae, criada pela Câmara Municipal de Araraquara, para apurar as causas do rompimento do reservatório da Vila Xavier no ano passado, além da condição dos outros espaços, encerrou nesta quarta-feira, dia 2, a fase de depoimentos. O último a ser ouvido foi o superintendente da autarquia, Guilherme Ferreira Soares. Ele explicou sobre o acidente, o processo para obter recursos para a construção de um novo reservatório na cidade e classificou o acidente como uma fatalidade nunca vista em 36 anos de carreira dentro do Departamento.

Em pouco mais de duas horas de depoimento, Soares falou que o rompimento da primeira célula da caixa d´água da Vila Xavier, em 2014, ocorreu porque o reservatório ultrapassou seu limite, após descuido de um funcionário. Depois do acidente, seguindo laudos técnicos, a autarquia optou por usar a célula irmã (aquela que viria a se romper em 2015) com carga reduzida e abastecimento lento de água porque os laudos técnicos sinalizaram nesse sentido.

À CEI, o superintendente negou ter conhecimento de vazamentos anteriores no reservatório rompido e informou que as limpezas no espaço era anual. Ele confirmou que o Daae não mantinha um plano de emergência relativo a ocorrências, mas admitiu que o procedimento adotado foi correto: acionar a empresa responsável pelo sistema e, depois, direcionar as equipes para a rua. Para Soares, problemas técnicos são comuns e nem sempre os sinistros são repassados imediatamente a ele porque a equipe tem autonomia para resolver os casos.

Aos vereadores, Soares contou sobre o processo para obter recursos para um novo reservatório e destacou que a autarquia tinha dinheiro em caixa, mas não classificou a obra de um novo reservatório como urgente. A decisão foi tomada porque os laudos técnicos emitidos por dois engenheiros apresentaram medidas paliativas para o funcionamento do reservatório da Vila Xavier. Além disso, o Daae aguardava o repasse de verba federal para esse fim. Parte do dinheiro em caixa foi utilizado para efetuar o desassoreamento de uma represa.

Atualmente , segundo o superintendente, a construção do reservatório não está indicada no orçamento vigente do Daae e para realizar a obra seria necessário anular outras despesas já previstas. Questionado pelos vereadores, o superintendente confirmou ter se encontrado com o filho e irmão das vítimas e que o apoio está sendo dado por outros órgãos do município. Para ele, o acidente foi uma fatalidade motivada pela queda de um raio. A descarga, de acordo com ele, desligou todo o sistema do Centro de Operações, por isso, não é possível culpar ele ou qualquer funcionário do da autarquia.

Agora, caberá a CEI iniciar o relatório depois de verificar mais de 40 reservatórios e ouvir 14 testemunhas, entre funcionários do Daae, engenheiros e pessoas ligadas ao tema. Instaurada em 17 de novembro, após o rompimento do reservatório da Vila Xavier, seis dias antes, a CEI da Câmara Municipal tem como presidente o vereador Édio Lopes (PT), o relator William Affonso (PDT) e os demais membros Jair Martineli (PMDB), Farmacêutico Jéferson Yashuda (PSDB) e Juliana Damus (PP).

 

Redação

Notícias relacionadas

Mais lidas