O deputado estadual araraquarense Roberto Massafera vai solicitar ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que disponibilize a estrutura da Saúde e hospitais universitários para a realização de testes clínicos com uma nova droga que pode ser eficaz no combate ao câncer, a fosfoetanolamina.
Um dos detentores da patente é o professor Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado do Instituto de Química da USP de São Carlos. Também detém a patente o médico Renato Meneguelo e o pesquisador Marcos Vinícius de Almeida.
Eles reuniram-se com o senador Ivo Cassol e o deputado estadual Rodrigo Moraes, em Araraquara. A mobilização política tenta iniciar um processo de registro do medicamento junto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Saúde. O senador está organizando uma uma audiência pública para discutir em Brasília com a Anvisa formas de agilizar o início do processo de registro do medicamento.
“Os grandes laboratórios investem muito em pesquisa e inovação tecnológica. No Brasil, existe uma estrutura cristalizada que dificulta a inovação e a aplicação tanto de novos medicamentos sintetizados quanto dos remédios ditos mais populares. A fosfoetanolamina tem um grande potencial terapêutico com grande impacto na Saúde pública tanto no que se refere a custo quanto ao direito do cidadão à vida. Até sua liberação final, precisamos percorrer um longo caminho burocrático e de pesquisas”, considerou Massafera.
Só os testes clínicos com seres humanos em hospitais devem consumir mais dois anos de pesquisas, antes da liberação final para produção e comercialização da fosfoetanolamina. Os donos da fórmula estão dispostos a abrir mão de seus direitos em benefício da população.
A fosfoetanolamina foi objeto de estudo do professor Chierice durante mais de 20 anos na USP. Em pesquisas em laboratórios e testes experimentais com animais os resultados indicam que o medicamento pode ser eficiente no combate ao câncer, além de ser substancialmente mais barato e de não apresentar os efeitos colaterais do tratamento tradicional de câncer como quimio e radioterapia.
Por força de liminar, centenas de pacientes de várias partes do Brasil obtiveram acesso ao medicamento junto a USP. Há relatos de redução da dor e cura de tumores. Esta semana, entretanto, decisão do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo cassou todas as 370 liminares concedidas até então sob alegação de que o medicamento ainda não tem registro junto a ANVISA.