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Família denuncia maus tratos contra idosa em asilo clandestino

Idosa morreu após dar entrada na UPA Central com desidratação e desnutrição. Estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária de Araraquara interditou uma casa de abrigo para idosos que funcionava clandestinamente na Vila Harmonia, bairro nobre da cidade. A ação aconteceu nesta quinta-feira (18) e contou com o apoio da secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e Polícia Civil.

Os proprietários conseguiram fugir. O local, denominado  Lar Mãe Josefina, não estava autorizado a funcionar por desrespeitar normas técnicas e não apresentar condições estruturais para abrigar os idosos. Segundo José Porsani, da Assistência e Desenvolvimento Social, 12 idosos foram transferidos para outros estabelecimentos ou devolvidos às famílias.

Horas antes da interdição, no entanto, uma idosa de 93 anos havia sido internada na UPA Central de Araraquara. Ela era, segundo a família, a 13ª paciente do asilo clandestino e apresentava um quadro de desidratação e desnutrição.  Apesar de enfrentar um tratamento contra um câncer, a idosa não recebia alimentação adequada, segundo denúncia da própria família. “Minha avó havia se queixado do lugar. Ela disse que não a alimentavam direito. Reclamei com os responsáveis e disseram-me que ela não sabia o que estava dizendo”, afirma Alexandra Zachi, 37, neta da paciente. A idosa morreu ainda na noite de quinta-feira, na UPA, e foi sepultada em Matão.

A denúncia da família poderá integrar inquérito policial contra os proprietários do estabelecimento, que cobrava cerca de R$ 2.500 por cada idoso abrigado, valor abaixo do que é praticado em Araraquara. Segundo a Vigilância Sanitária,  essa é a segunda vez que essa mesma casa é interditada. “O  Lar já foi interditado uma vez, há alguns anos, quando ainda funcionava em outro endereço. Posteriormente, recebemos a denúncia de que voltou a funcionar na Vila Harmina. O imóvel é aparentemente bom, porém impróprio para esse tipo de atividade. Além disso, exalava um forte odor de urina e muitos familiares disseram que roupas levadas para um paciente acabavam sendo usados por outros, mostrando que não havia um tratamento adequado aos idosos”, revela Porsani.