Um grupo de brasileiros, preso em julho por suspeita de ligação com terrorismo, disse antes dos Jogos Olímpicos, numa sala de bate papo, que poderia promover um ataque químico durante a Olimpíada. Duas fontes com conhecimento do assunto confirmaram a informação para a agência Reuters.
Nas comunicações via aplicativo de troca de mensagens Telegram, eles falavam em contaminar estações de água para atingir os alvos, que seriam países que rivalizam com o Islã, de acordo com uma fonte próxima à operação.
“Monitoramos e detectamos conversas desse tipo como ataque a estações de água e contaminação”, disse a fonte à Reuters. “Esse foi um dos motivos que nos levou a uma ação preventiva. Felizmente deu tudo certo nos Jogos, que foram um sucesso”.
A fonte não confirmou se a conversa era um mero desejo ou se havia um projeto em concepção. Durante os Jogos, que ocorreram de 5 a 21 de agosto, as estações eram protegidas por tropas das Forças Armadas.
Um outra fonte próxima ao assunto disse que as ameaças foram monitoradas e destacou que “as autoridades estavam e estão atentas a qualquer suspeita que possa colocar em risco o cidadão de bem”.
“Não se prende pessoas por nada. Estamos atentos aos movimentos, mas sem alarmismo”, acrescentou a segunda fonte.
A Polícia Federal prendeu em 21 de julho 10 pessoas suspeitas de pertencerem a uma célula leal ao grupo jihadista Estado Islâmico e que estaria preparando atos de terrorismo durante os Jogos Olímpicos.
A chamada operação Hashtag foi realizada a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos dos suspeitos. Os advogados deles contestam a prisão, negam ligação com grupos simpatizantes ao terrorismo e tentam o relaxamento da prisão.