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Gumboot Dance Brasil resgata ritmo do século 19

Companhia apresenta dança nascida nas minas de carvão e ouro

A Cia. Gumboot Dance Brasil estará em Araraquara neste sábado (12), para difundir a Gamboot Dance, ritmo criado pelos trabalhadores das minas de ouro e de carvão da África do Sul no século XIX.  Às 20 horas, o grupo apresenta na Convivência do Sesc Araraquara o espetáculo “Yebo”, que cria um dialeto sonoro a partir das batidas nas botas de borracha. Os ingressos variam entre R$5 e R$ 17 e estão à venda nas bilheterias do Sesc. No mesmo dia, das 10h às 13h, ministram workshop comas técnicas desta dança popular, propondo uma experiência de diálogos culturais entre a África do Sul e o Brasil. A oficina é gratuita e para participar basta fazer a inscrição na Central de Atendimentos da unidade.

Yebo é o segundo espetáculo do grupo. Ele aborda a exploração, tanto das minas como dos sete povos levados para extração do minério, a criação de um dialeto sonoro a partir das batidas nas botas de borracha, a espera das mulheres por seus maridos mineiros durante a temporada de exploração das minas.

A vida que conhecemos, vivida na superfície, nem sempre supõe que sua sustentação acontece também fora dela. Um mundo que se desenvolve e constrói sua própria linguagem vai dentro dos túneis das minas por onde milhões de homens extraem da terra o mineral depositado em camadas de vida que já foram. Não importa o material que se busque, que se retire disso: pode ser ouro, pode ser carvão, pode ser ferro. O peso é o mesmo, sempre.

Que semelhanças pode ter um homem da África do Sul, que recrutado para trabalhar numa mina de ouro, numa situação que se assemelha muito ao trabalho escravo (embora legalmente não o seja) com um homem brasileiro, que sobe na carroceria de um caminhão com uma promessa de trabalho que é só uma esperança? Na verdade é também outra forma de escravidão. É a vontade de construir uma vida melhor, de se aventurar numa oferta milagrosa capaz de mantê-lo vivo e dar provento aos que são seus. Se isso se dá em uma mina de esmeraldas no centro-oeste ou numa mina de ouro na África do Sul, já não importa. Estamos ligados por esse sentimento de esperança. E nesse contexto vamos depositando o que aprendemos a sentir na vida: a esperança, a saudade, o medo, a fé, a ira, a criatividade, a inteligência dos sentidos e tudo o que vier a reboque da necessidade que se fizer.

O espetáculo é produzido por Kelson Barros. Na direção geral, pesquisa e argumento, está Rubens Oliveira; na direção musical, Lenna Bahule, e Mauricio Oliveira e Eduardo Marmo são os músicos. No elenco Danilo Nonato, Diego Henrique, Fernando Ramos, Lenna Bahule, Munique Mendes, Naruna Costa, Pamela Ammy, Rafael Oliveira, Samira Marana, Silvana de Jesus e Washington Gabriel.

 

  • Sobre a Cia.

Composto por 14 bailarinos, a proposta do grupo é pesquisar e difundir a técnica Gumboot Dance por meio de workshops e apresentações. Utiliza-se da base rítmica, da percussão corporal e dos cantos como elementos centrais, assim como a constante articulação entre as riquezas culturais brasileira e sul-africana. A Gumboot Dance Brasil busca encontrar pontos de semelhança entre estas duas culturas, fazendo uma releitura da técnica ao contexto cultural brasileiro.

 

Serviço

Espetáculo Yebo

Dia: 12/8, sábado

Horário: 20h

Local: Convivência

Classificação:Livre

 

Ingressos:

R$ 5,00 (Credencial Plena);

R$ 8,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante);

R$ 17,00(Inteira / Credencial Atividades).

 

 

Redação

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