Na terça-feira, dia 27 de outubro, Araraquara participa da Mobilização Nacional Pró Saúde da População Negra a fim de garantir a efetivação dos direitos à saúde da população negra brasileira, sobretudo o direito humano à saúde. O evento será realizado na Praça Santa Cruz, das 13 às 17 horas, numa realização da Prefeitura de Araraquara, por meio da Coordenadoria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, vinculada À Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, em parceria com algumas instituições. A participação é gratuita.
A ação é liderada pela Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra e traz como eixo de diálogo a saúde integral em todas as etapas do ciclo de vida. Além disto, o evento estimula a sociedade ao enfrentamento do racismo e à discriminação, de modo a garantir que crianças, jovens, adultos e idosos tenham o acesso adequado à saúde, colaborando em especial para redução dos altos índices de mortes entre a população negra.
Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e do Centro de Referência Afro, lembra que apesar da existência de uma Política Nacional, ainda enfrentamos desafios em sua implementação prática.
“O dia 27 de outubro foi instituído justamente para que possamos realizar e cobrar ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como gestão participativa, sobre a saúde da População Negra e temos que envolver a população para estarem atentas aos seus direitos, bem como os profissionais da saúde para estarem atentos aos seus deveres.”
Secretaria Municipal de Saúde, alunos do Curso de Enfermagem da UNIP de Araraquara, NGA-3 (grupo Anemia falciforme) e a comissão da Promoção da Igualdade da OAB participam com o suporte necessário para esclarecimentos sobre doenças propensas à população negra.
De acordo com o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Fernando César Câmara (Galo), a proposta da mobilização visa enfrentar o racismo e sua presença no SUS, por meio de formação e treinamento de todas as pessoas que trabalham na saúde; e dar atenção à prevenção e ao tratamento dos problemas de saúde que mais atingem a população negra, por meio da reorganização dos serviços, da formação, educação permanente e qualificação de profissionais, da disponibilização de equipamentos, exames, medicamentos e o que mais for necessário.
“É importante ressaltar que Saúde da População negra é lei, portanto não há necessidade de inibir-se diante do tema. Temos que sensibilizar todos para os problemas de saúde que têm maior incidência na população negra, reconhecer a presença do racismo institucional e garantir o direito de um atendimento e uma atenção digna, pois de fato o racismo faz mal a saúde”, defende a coordenadora do Centro Afro.
Este é o sétimo ano que a cidade participa do Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra/PNSIPN foi aprovada em 2006 pelo Conselho Nacional de Saúde e publicada em portaria do Ministério da Saúde em 2010.