Em outubro de 2015, durante as obras de construção da Hyundai-Rotem, o operário Claudinei Braga Coelho caiu de uma altura de aproximadamente 10 metros enquanto trabalhava na instalação de uma estrutura metálica. Na época, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) efetuou fiscalização no local e constatou que o acidente foi provocado por uma série de irregularidades: uso de ganchos improvisados para manter os trabalhadores seguros e falta de treinamento adequado dos que trabalhavam na obra.
A família do trabalhador ainda não foi indenizada. O Ministério Público do trabalho (MPT) ingressou, então, com o pedido de indenização milionário contra a montadora sul-coreana, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), responsável pelo financiamento da obra, e a construtora Athie Wohnrath. O valor da indenização é de R$ 80 milhões.
Segundo o procurador Rafael Gomes, responsável pela ação, a fiscalização apontou que a empresa se utilizava da prática de "quarteirização" da mão-de-obra com o auxílio de empresas de fachada. A empresa Athie Wohnrath foi contratada pela Hyundai-Rotem por R$ 65,7 milhões para executar as obras, mas terceirizou parte da construção para outra empresa, que por sua vez também efetuou contrato com outras duas empresas de pequeno porte. "O que ficou claro é que havia ali um verdadeiro mercado de mão de obra, algo que não é permitido. A gente ficou chocado quando a própria Athie nos disse que não tinha operários para construir a fábrica. Ela subcontratava tudo", afirmou o procurador.
A Hyundai-Rotem ainda não se pronunciou sobre o caso. A Athie Wohnrath, acusada de subcontratar empresas de fachada para a realização de obras, declarou por meio de nota que "não tem conhecimento oficial de qualquer ação movida pelo MPT" e que o procedimento "é prática comum e legal contratar especialistas em determinados aspectos das obras, como por exemplo a instalação de estruturas metálicas".
