InícioCulturaNoite de Dança Feminista agita Teatro Wallace

Noite de Dança Feminista agita Teatro Wallace

Daniela Amoroso, Geórgia Palomino e Gilsamara Moura são destaques na programação

A Noite da Dança Feminista coloca três bailarinas independentes, nascidas em Araraquara, em destaque na programação noturna do Festival Internacional de Dança de Araraquara, nesta quinta-feira (14), a partir das 20 horas, no palco da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira.

A mostra dá visibilidade a discussões de performatividade e gênero, expondo as questões levantadas por três artistas mulheres abordando de maneira singular as suas lutas, seus modos emancipatórios e trajetórias artísticas.

Dessa forma, na ordem das apresentações, Noite da Dança Feminista apresenta: "Ella a 7 chaves", com Geórgia Palomino; "Hortênsia", com Daniela Amoroso; e "NINHO:casa(H)era", com Gilsamara Moura.

A programação é gratuita e os ingressos podem ser retirados na Escola Municipal de Dança, meia hora antes do início da apresentação. O endereço é Rua Vicente Jerônimo Freire, nº 12, na Vila Xavier (ao lado da Secretaria Municipal da Educação).

 

Ella

Geórgia Palomino é a única das três bailarinas que reside na cidade – Daniela e Gilsamara – embora nascidas aqui – exercem cargos na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Geórgia abre a programação com "Ella a 7 chaves", personagem que esta intérprete criadora idealizou e vem conseguindo espaço e admiradores em Araraquara, além de ser sucesso nas redes sociais e internet.

Com direção de Weber Fonseca, "Ella a 7 chaves" traz a personagem dançando segredos desvelados, confissões simbólicas e imagéticas. Ella vem para sensibilizar, acreditando e comprovando que alteridade também é arma de luta. Para Ella, os segredos são guardados a sete chaves e cada chave abre a comunicação entre os mundos. Assim, performer e público compartilham impressões e emoções. "Ella a 7 chaves" com preparação corporal de Tânia Gomes Mendonça e ilustrações de Peter Pitout.

Geórgia Palomino é bailarina, performer, professora da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, formada em História pela UNESP, pós-graduada em Trabalho Docente em Ensino em Arte pela UNIARA. A artista desenvolveu trabalhos com diversos artistas, entre eles: Grupo Gestus, Sheila Ribeiro, Christine De Smedt e Gícia Amorim.

 

Hortênsia

Na sequência, Daniela Amoroso apresenta "Hortênsia" – dança nascida de fatos vividos, de pressões e opressões e que traz símbolos, signos, gestos dançados no corpo que é protagonista de si mesmo. Daniela propõe um estado de consciência e de ação

O nome da obra auto-etnográfica de dança é inspirado na flor Hortênsia Celestina (Hortênsia azul) e vem do latim significando jardim, que para a dançarina traz o sentido do cultivo/equilíbrio, do semear/ação e da transformação.

"Hortênsia é condição, de mulher, de corpo, de feminilidade e de resistência. Da boquinha na garrafa à bailarina de caixinha de música, ela assim como tantas outras mulheres, é colocada em lugares prontos, pré-estabelecidos e controlados pela ética da mulher servil criada e regulamentada por homens", aponta Daniela. "Hortênsia não morre de machismo: ela o engole, mastiga e o expulsa em liquido, leite, gozo, lágrimas".

A criação e concepção do espetáculo é da própria Daniela Amoroso que também assina o figurino do espetáculo, juntamente com Denny Neves, além da trilha sonora com Gabriel Marques. "Hortênsia" tem fotografia de Raiane Vasconcellos.

Daniela Amoroso é dançarina e pesquisadora, com Pós-doutorado pela Université Paris 8-Saint Denis. Coordenadora do programa de pós-graduação em Dança da UFBA, também é professora da Escola de Dança, do Programa de pós-graduação em Dança e em Artes Cênicas da UFBA e, desde 2013, é diretora artística e idealizadora do Casarão Barabadá, em Salvador. Ainda, a bailarina integra o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão GIPE-CIT/PPGAC, Cultura e Contemporaneidade- GPDACCO.

 

Ninho

A bailarina Gilsamara Moura, que assina a curadoria dessa edição do Festival, fecha a Noite da Dança Feminista com a apresentação de "NINHO: casa (H)era".

Inspirada no poema "A Casa", de Adélia Prado, a artista apresenta uma obra em deslocamento. Esta dança exílio propõe – por meio de uma mulher em mobilidade por seus quereres – um estado migratório onde o encontro é celebrado com o público.

Criado e interpretado por Gilsamara, "Ninho (…)" estreou este ano em Manta, no Equador. O espetáculo tem em sua ficha técnica: a direção de Caio Lincoln, vídeos de Paulo Delfini, luz de Ricardo Portari e trilha de Paulo Russi (Estúdio Mambequê). O projeto conta com fotos de Amaury Martinez, Daniela Guimarães, Leiberg Santos, e cenários e adereços de Zuarte Jr. "NINHO: casa (H)era"contou com diversos colaboradores, como: Douglas Emilio, Kranya Díaz-Serrano, Luzinete Silva, César Nunes, José Paulo dos Santos (Rosas), Pablo Lozano, Paulo Delfini, Leonice Moura, Laís Moura, Arlete Quintal, Daniela Guimarães e Hélvio Tamoio.

Vale destacar que Gilsamara Moura tem em sua bagagem a idealização da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, assim como do próprio Festival de Dança, que este ano tornou-se "Internacional" e tem sua curadoria. Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), Gilsamara é professora da Escola de Dança e dos Programas de Pós-Graduação em Dança e Artes Cênicas da UFBA, além de coordenadora artística da Escola de Dança da UFBA. A diretora e bailarina do Grupo Gestus, entre 2011 e 2013, foi professora convidada do Impulstanz- Vienna Internacional Dance Festival.

 

Serviço: 

Festival Internacional de Dança apresenta: "Noite de Dança Feminista"

Dia: 14 de setembro

Horário: 20 horas

Local: Palco Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira (Rua Vicente Jerônimo Freire, nº 12 – Vila Xavier/ ao lado da Secretaria Municipal da Educação)

 

Com:

"Ella a 7 chaves", com Geórgia Palomino (Araraquara)

"Hortênsia", com Daniela Amoroso (Araraquara/ Salvador)

"NINHO: casa (H)era", com Gilsamara Moura (Araraquara/ Salvador)

 

Grátis – distribuição gratuita de ingressos (meia hora antes da apresentação)

 

Redação

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