A política de Boa Esperança do Sul vive mais um capítulo de sua instabilidade. Como antecipou o Portal Morada, com exclusividade na semana passada, o prefeito Manoel de Souza (PP), o “Manoel do Vitorinho”, anunciou sua renúncia na tarde desta terça-feira, dia 11. Ele havia assumido o cargo há dois meses e quinze dias, após Edinho Raminelli ter o mandato cassado.
Manoel, que disputou a eleição e foi derrotado nas urnas pelo adversário Fabião (PMDB), alega dificuldades em fechar as contas da prefeitura para deixar a cadeira de chefe do Executivo.
O vereador Antônio Donizete Laverde, o “Bodinho” (PSDB), presidente da Câmara, foi empossado prefeito em sessão solene no mesmo dia. Ele cumprirá mandato até o dia 31 de dezembro.
Rodada de prefeitos
Bodinho será o quarto prefeito em menos de quatro anos a administrar a cidade. Manoel do Vitorinho, que assumiu o Executivo no dia 29 de julho deste ano, elegeu-se vereador pela primeira vez em 2012. Naquela ocasião, o prefeito reeleito Jaiminho Benassi teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral.
Por causa disso, Marco Rosim (PPS), na época presidente da Câmara Municipal, assumiu interinamente o comando do Executivo. Oito meses depois, uma nova eleição foi convocada e as urnas deram a vitória a Edinho Raminelli, filiado na época ao PT, contra o interino Marco Rosim. O jovem Manoel de Souza foi candidato a vice na chapa vitoriosa.
Raminelli teve o mandato cassado pela Câmara Municipal após denúncia de irregularidades praticadas durante sua gestão dois anos depois de tomar posse. Manteve-se no cargo por mais um ano devido a uma liminar, que perdeu efeito em julho deste ano. Manoel ainda era vice e, mesmo rompido com o antigo aliado, assumiu o cargo. Era o terceiro prefeito desde 1 de janeiro de 2013.
A posse definitiva no cargo foi dada poucas semanas antes do processo eleitoral. Mesmo assim, esperava-se um período de transição para o próximo mandato. Manoel do Vitorinho concorreu à reeleição, mas as urnas deram a vitória ao adversário do PMDB, Fabião.
Justificativa
Com a renúncia, o jovem prefeito acredita se livrar de futuras implicações do Tribunal de Contas do Estado. Os defensores da tese de renúncia temiam que ele ficasse inelegível.