InícioCidadesCidadeProdutos químicos são mantidos em “escritório” abandonado

Produtos químicos são mantidos em “escritório” abandonado

Imóvel, localizado no Jardim Imperador, em Araraquara, abriga produtos químicos que podem contaminar o ambiente. Veja vídeo e fotos

A preocupação com a dengue levou um grupo de moradores do Jardim Imperador a denunciar um imóvel, localizado na Rua Marechal Arthur da Costa e Silva, em situação de abandono.

A denúncia mobilizou a reportagem do Portal Morada que encontrou mais do que os criadouros do mosquito. O local abrigava o escritório de uma indústria química e foi aparentemente abandonado pelos responsáveis.

O mato alto toma conta de toda a parte externa, desde a calçada até os fundos do amplo terreno. Dentro do imóvel, no entanto, há dezenas de embalagens de produtos químicos – muitas delas ainda cheias. O material é mantido sem qualquer cuidado de acondicionamento. Há galões cheios de material químico sem rótulos, apenas com uma inscrição à caneta onde se lê, por exemplo, “Resina Fumarica”, utilizada na fabricação de tintas. Dezenas de boletins técnicos espalhados pelos ambientes revelam quais outros materiais também eram manipulados (e podem estar por lá).

A reportagem apurou que o local funcionava como escritório da Indústria Química Guarapiranga. Pelas condições do lugar, não há qualquer atividade há bastante tempo. Restos de móveis de escritório, equipamentos e até computadores com telas de tubo estão espalhadas pelos cômodos.

O Ministério Público do Estado de São Paulo ajuizou uma Ação Civil Pública contra a fábrica, localizada no sítio Saltinho, em Guarapiranga, distrito de Ribeirão Bonito. Segundo o MP, o imóvel está localizado sobre o aquífero Botucatu uma das principais reservas de água do estado de São Paulo, e nas proximidades do rio Jacaré-Guaçu, um dos mais importantes da região. A fábrica funcionava  em condições precárias de manutenção e armazenava inúmeros produtos e resíduos químicos que contaminaram o solo e a água, segundo informações contidas em uma sentença assinada pelo Juiz Victor Trevisan Cove, da Comarca de Ribeirão Bonito, em novembro de 2017.

Na época, a empresa foi condenada a retirar todo o material armazenado indevidamente, assim como a dar a destinação correta. A medida, diz o mesmo documento, foi cumprida no prazo estabelecido.

Com o surgimento dessa nova denúncia envolvendo um imóvel onde funcionou a mesma empresa, não se descarta que parte desse material tenha sido levado para o antigo escritório, no Jardim Imperador, onde foi flagrado em situação de abandono.

Nenhum responsável foi encontrado para comentar o caso.  

 

 

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