InícioblogQuem já se movimenta para as eleições de 2020 em Araraquara?

Quem já se movimenta para as eleições de 2020 em Araraquara?

A um ano das eleições municipais, confiro blog faz uma análise sobre os possíveis nomes que deverão concorrer ao cargo de prefeito de Araraquara

A um ano das eleições municipais, as especulações sobre quem será ou não candidato, e mais do que isso, quais as chances de vitória de cada postulante, começam a ganhar as conversas e, principalmente, as redes sociais.

Quem quiser marcar um palpite certeiro sobre quem estará nas urnas em 2020, crave Edinho Silva. O atual prefeito de Araraquara defenderá certamente a reeleição. Caso seja eleito para um novo mandato e torne-se prefeito pela quarta vez, entrará para a história como a pessoa que exerceu o cargo por mais tempo no município.

Até lá, no entanto, terá que convencer os eleitores de que merece essa honraria. O Edinho de agora não tem o apoio dos cofres da União como teve nas outras duas gestões. As administrações lulistas destinaram milhões de reais em recursos para obras importantes como, por exemplo, a construção do antigo Pronto Socorro do Melhado, unidade que o prefeito tenta à todo custo reabrir. Concluir e botar para funcionar a futura sala de estabilização, que funcionará no mesmo local do antigo PS, é uma questão de honra para o atual prefeito, já que foi uma das mais insistentes propostas de campanha.

Além disso, Edinho Silva aposta numa ousada agenda social que poderá colocar a cidade num patamar diferenciado em relação ao que se pratica nessa área. Na falta de obras, programas como o Bolsa Cidadania, o loteamento urbano e o remédio em casa deverão ser apresentados como marcas da gestão.

A questão é que, se por um lado esses programas têm apelo popular, por outro tem potencial para acirrar a disputa ideológica e manter os votos conservadores ainda mais distantes do colo do petista.

Outro ponto que pode favorecer ou não Edinho Silva em 2020: realizar todas as obras estabelecidas pelo Orçamento Participativo. Sem a conclusão das obras, para a qual faltam recursos, o OP nada mais é do que uma boa experiência política sem resultados efetivos. Até 2020, então, vai ser preciso apertar o passo ou… fazer milagre!

No campo da oposição, por enquanto, o cenário é de indefinição.  Edna Martins (PSDB), segunda colocada em 2016, é um nome que pode entrar novamente na disputa. Edna se aproximou do governador João Dória que é hoje quem dá as cartas no ninho tucano. Além disso, a ex-vereadora tem capital político consistente e uma ficha de serviços prestados que a qualificam para a missão. O desafio é formalizar um arco de alianças em torno do seu nome para não rachar os votos anti-PT. É aí que, tradicionalmente, os atuais oposicionistas falham.

Por isso, há quem se entusiasme com o nome do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Araraquara, Roberto Massafera. É ele quem parece mobilizar alas tradicionais da política araraquarense em torno de um projeto único. 

Massafera, no entanto, não deu nenhum sinal de que pretende comprar essa briga, assim como o ex-prefeito Marcelo Barbieri (MDB), político experiente que não teria dificuldade de mobilizar sua antiga base de governo (ou parte dela, mas que até agora tem se mantido distante das articulações.

Todos os nomes citados até agora já são tradicionais da política local. Entretanto, sabemos que desde os protestos de 2013, posteriormente com a Lava Jato, o impeachment e as eleições de 2018 novas forças políticas emergiram no cenário nacional. Esse pode ser o fator decisivo das eleições municipais de 2020. Se o governo Bolsonaro estiver bem avaliado e a base de apoio minimamente coesa, um bloco político deve ser formar e garantir os mais duros ataques ao PT e aos demais concorrentes.

Com isso, no mínimo, haverá uma reedição daquilo que garantiu a eleição do capitão no ano passado, ou seja, uma fictícia divisão entre esquerda e direita, conservadores e esquerdistas, um debate que pode se pautar não por programas, mas por valores morais que, de vez em quando, mobilizam a opinião pública. Será que a onda Bolsonaro pode arrentar na praia novamente?

Se isso acontecer, alguns nomes já aparecem dispostos a surfar. Um deles não é exatamente um Bolsonarista clássico. Trata-se do médico Lapena. Ele, que já circulou por vários partidos (PV, PSB, PSDB, PP), estacionou sua boa figura no PATRIOTAS  com a intenção de ser, pela primeira vez, candidato a prefeito de Araraquara. Profissional respeitado, dono de um discurso ético bem afiado, terá o desafio de popularizar sua imagem até o ano que vem para se viabilizar. Pesa contrário ao doutor a dificuldade que ele tem de construir um grupo em torno do seu nome. Alegando independência, Lapena sempre atuou de forma isolada – pecado mortal para quem deseja chegar ao Poder Executivo.

A ala militar também promete dar as caras por aqui. Wagner Prado, coronel da Polícia Militar com 30 anos de atuação na corporação, também ensaia uma candidatura. Impossibilitado pela lei de se filiar até o momento, Prado tem feio campanha nas redes sociais e se aproximado dos grupos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro na cidade. Parece estar bastante próximo de bater o martelo e entrar na disputa pelo PSL. O desafio agora passa a ser se inteirar dos problemas da cidade e apresentar um programa de governo que corresponda aos anseios da cidade sobre problemas concretos, como a Saúde, Educação e Infraestrutura. Só a farda, não basta!

>Tudo o que abordamos até aqui são possibilidades. Algumas próximas e quase inevitáveis, outras nem tanto. A política tem uma dinâmica bastante imprevisível muitas vezes, o que torna o exercício de futurologia mais difícil. Porém, são essas peças que se movem no tabuleiro atualmente e somente um fator novo pode mexer no ânimo dos envolvidos. Até lá, o que se espera é que, para além dos interesses partidários e pessoais, prevalece um debate consistente sobre a cidade e seus problemas. Governar um município requer objetivos claros, conhecimento sobre a máquina pública, capacidade política e um pouco de ousadia. Quem souber apresentar isso aos eleitores, pode sair na frente.

Notícias relacionadas

Mais lidas