Cerca de 60 servidores municipais que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA`s) e no SAMU participaram de uma manifestação em frente à Prefeitura de Araraquara na tarde desta quinta-feira (15). O protesto, que começou por volta das 15h30, foi decidido em assembleia realizada na última terça-feira (13), na UPA da Vila, como reação a nova jornada de trabalho estabelecida pela Prefeitura.
Atualmente, esses setores operam em jornada de 30 ou 36 horas. “O receio dos funcionários é que a Administração, por causa da aprovação do projeto que autoriza a jornada de 12h x 36h, queira fazer mudanças unilaterais nas escalas”, explica o SISMAR.
Funcionários de Unidades Básicas de Saúde (USB) apoiaram o ato, liderado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR). A categoria é contrária à mudança na jornada, que impõe o fim das horas extras e, segundo os servidores, trinta horas a mais de trabalho sem remuneração. “Não se pode conceber redução de jornada para parte da categoria e para outra um aumento de jornada. Não se vê nenhum corte substancial da Administração em comissionados e outros gastos tão debatidos por toda a sociedade araraquarense. O que se pretende é piorar as condições de trabalho e de vida de muitos servidores”, afirma o sindicato.
A manifestação interditou parcialmente o trânsito no cruzamento da Rua São Bento e a Avenida Duque de Caxias, um dos mais movimentados da cidade. Agentes se deslocaram até o local para orientar os motoristas.
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Prefeitura reconhce desconforto, mas defende mudanças
Por meio de nota, a Prefeitura confirma que está implantando a jornada de trabalho 12×36, de acordo com lei, nos setores que prestam serviços de atendimento 24 horas, entre eles unidades de urgência e emergência e guarda municipal.
A Prefeitura reconhece que toda mudança gera um desconforto e tem um período de aceitação e adaptação. Ainda de acordo com a administração municipal, as mudanças implantadas no município não são exclusivas de Araraquara e se dão em decorrência da crise econômica.
“Especificamente em relação aos servidores da Saúde, o que a Prefeitura está buscando é o cumprimento legal do contrato de trabalho. Diante do agravamento da crise econômica, a Prefeitura decidiu enfrentar o desafio de regularizar essa situação de horas extras que estavam em nível elevado.
O que está sendo proposto é o cumprimento da escala de plantão 12×36. Além disso, novos horários de turno foram implantados pensando em como ajustar o horário de trabalho dos servidores, de modo a diminuir horas extras“, esclarece.