As vendas de imóveis usados aumentaram 30,84% em junho comparado a maio, recorde de crescimento este ano no Estado de São Paulo segundo mostram as pesquisas feitas em 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECISP). Foi o segundo mês seguido de alta nesse mercado, o que elevou o saldo positivo acumulado em 2016 para 19,91%. Em maio, as vendas haviam crescido 13,27% sobre abril.
O crescimento em junho foi puxado pelo Interior, uma das quatro regiões que compõem a pesquisa do Creci paulista. Em comparação com maio, as vendas tiveram expansão de 133,7%. A alta foi bem mais modesta, de 4,18%, nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco. Na Capital, houve queda de 5,41%, e no Litoral, de 1,64%.
As 1.080 imobiliárias que o CRECISP consultou em junho venderam 54,35% do total em e 45,65% em casas. A maioria das vendas, 50% do total, foi feita com financiamento bancário, e o restante dividiu -se entre vendas à vista (42,12%), financiadas pelos donos dos imóveis (6,25%) e por carta de crédito (1,63%).
A locação de imóveis residenciais também registrou crescimento, e pelo segundo mês seguido. Em comparação com maio, o número de casas e apartamentos alugados no Estado de São Paulo em junho foi 3,11% maior. Em maio, a alta foi de 6,66%. Com o resultado de junho, o saldo acumulado no ano está positivo em 26,04%.
Houve predomínio das casas (55,58% do total) sobre os apartamentos (44,42% do total) nas locações. A maioria dessas novas locações tem aluguel mensal de até R$ 1.000,00, com 57,25% do total de contratos.Além do desempenho positivo dos dois mercados, José Augusto Viana Neto, presidente do CRECI SP, destaca outra boa notícia trazida pela pesquisa. “Os preços recuaram em junho depois de terem aumentado em maio, e isso é um indicativo de que eles vêm se ajustando naturalmente à realidade de mercado e ao poder aquisitivo das famílias, sem deixar espaço para aventuras especulativas”, afirma.
Os preços, que haviam aumentado 5,08% em maio, recuaram 0,31% em junho e levaram o acumulado do ano ao percentual de -0,66%, mostra o Índice Crecisp, indicador que mede o comportamento mensal dos aluguéis e dos preços de imóveis usados no grupo de 37 cidades pesquisadas no Estado de São Paulo.
A comparação com a inflação é desfavorável aos imóveis usados e ao aluguel residencial. O IPCA de janeiro a junho está acumulado em 4,42%. “Os donos de imóveis não ignoram a realidade da Economia, com desemprego e perda de poder aquisitivo que também os atinge, e isso os leva a moderar correções nos preços e a fazer ajustes pontuais sempre que percebem melhora ou piora na demanda”, avalia Viana Neto.
O presidente do CRECISP destaca que a moderação nos ajustes e a adequação dos preços ao cenário de crise se refletem nos resultados das vendas e da locação de imóveis novos no Estado.
De janeiro a junho, a venda de imóveis usados tem saldo positivo de 19,91% e a locação, de 26,04%.
“Diante do que acontece em muitos outros setores da Economia, são resultados que até surpreenderiam não fossem advindos de uma necessidade básica e fundamental, a de moradia”, pondera.