Os militantes da causa palestina presos na madrugada desta quinta-feira (7), em Araraquara, foram liberados após audiência de custódia. Tiago Pires, que foi candidato a prefeitura de Araraquara em 2020 pelo Partido da Causa Operário (PCO), e Willian Rodrigo Stin foram detidos pela Guarda Civil Municipal (GCM) enquanto colavam cartazes em equipamentos semafóricos, no centro da cidade.
Os cartazes continham frases contra a ocupação de Gaza com os dizeres “NÃO À OCUPAÇÃO DE GAZA – ABAIXO O GENOCÍDIO ISRAELENSE CONTRA OS PALESTINOS. A ação foi flagrada pelo Sistema de Monitoramento da GCM. Os autores foram abordados por guardas na Avenida Feijó e com eles foram apreendidos seis cartazes, um galão com cola e uma vassoura sem cabo utilizada para colar.
Eles foram encaminhados à delegacia, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante pelo delito de Dano qualificado por tratar-se de patrimônio público. Foi arbitrada a fiança no valor de R$5.000,00 a cada preso, que não foi paga. Durante a audiência, a Justiça foi contrária à manutenção da prisão, mesmo sem o pagamento dos valores arbitrados.
“Eu me senti um preso político. Fui preso pelo teor que havia nos cartazes. É uma fiança muito desproporcional pro tipo de crime, se é que a gente pode chamar de crime, já que eu não quebrei nada, só colei um cartaz. Isso não é destruir patrimônio”, declarou Pires, em conversa com o Portal Morada. Pires citou ainda que o delegado responsável pelo caso foi vereador pelo PSDB no município de Araraquara.
Mobilização
A prisão dos militantes provocou diversas manifestações em Araraquara. A vereadora Fabi Virgílio (PT) usou as redes sociais para se declarar indignada “com a atuação da Guarda Municipal e da autoridade policial que estava de plantão” em relação ao caso. Segundo a vereadora, a fiança arbitrada era impagável. “Quando a gente vê uma ação dessa, a gente sabe qual é o lado, o posicionamento e a naturalização da barbárie contra o povo”, declarou.
O vereador Guilherme Bianco (PCdoB) pediu a liberdade “imediata de Tiago e Willian” e afirmou que “lutar não é crime”. Imagine você que alguém cole nos postes um cartaz de divulgação de uma festa. Seria justa essa prisão? Óbvio que não”, disse. O vereador disse também suspeitar que as prisões tiveram intenção política.
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