InícioblogDescontinuidades

Descontinuidades

Um prefeito fecha a Gota de Leite, o seguinte reabre a mesma maternidade. Um mesmo pronto socorro é inaugurado, fechado e reaberto num período de 10 anos. Essa descontinuidade custa caro aos cofres públicos

A falta de continuidade nas políticas públicas consome recursos públicos e compromete a eficiência em todas as esferas da gestão pública. No âmbito municipal, Araraquara coleciona casos em que dinheiro e energia da máquina pública foram movidos num constante faz/desfaz dos dois últimos governos.

Edinho Silva (PT) governou a cidade por oito anos e passou o cargo para Marcelo Barbieri (PMDB), que governou outros oito anos e devolveu o bastão ao antecessor.

Edinho Silva fechou a maternidade Gota de Leite e transferiu os nascimentos para a Santa Casa. Marcelo Barbieri, cumprindo uma promessa de campanha, reabriu o hospital.

O Boulevar dos Oitis foi inaugurado também na primeira gestão do petista. O projeto nunca foi unânime e, aproveitando as constantes críticas que a abertura do tráfego exclusivo para ônibus gerava por parte de comerciantes, a gestão seguinte diminuiu as baias das esquinas e liberou a circulação de carros.

Foi assim também com o PS do Melhado. Edinho construiu e o apresentava como a grande maravilha da saúde pública araraquarense. Barbieri considerava o local inadequado e, com apoio do Governo Federal (sob comando do PT de Edinho Silva) fechou a unidade e construiu outras três dentro do modelo UPA. Edinho voltou e, assim como o peemedebista fez anteriormente com a Gota, trouxe como mote de campanha a reabertura do antigo pronto-socorro. É uma questão de honra para o seu mandato a reabertura.

O propósito desse artigo não é discutir o mérito das decisões dos dois políticos citados, mas os casos narrados acima podem ser considerados exemplos objetivos da falta de continuidade das políticas e obras públicas, que encarecem a máquina e reduzem a eficiência à quase zero. Ainda que a sociedade seja mutável e as coisas precisam ser reavaliadas com o tempo, já é hora de privilegiar as políticas de Estado em detrimento das marcas de governo de cunho meramente eleitoral.

Luís

Notícias relacionadas

Mais lidas