Alagoas, 1962. Em Novo Lino, uma pequena cidade, nascia Marleide.
Desde cedo, a vida era dura. Com 20 irmãos, trabalhando na roça e em tarefas domésticas, Marleide não teve oportunidade de ir à escola.
Aos 13 anos, a jovem saiu do sítio de seus pais, em Alagoas, e veio para o estado de São Paulo. Buscava melhores condições de vida. Chegou a cidade de Araraquara.
Sem saber escrever e lendo pouco, Marleide conseguiu o emprego de babá e, depois, de doméstica. As condições não eram o que ela esperava: nas casas de grandes famílias da cidade, foi humilhada, passou fome e frio.
Aos 15 anos, frequentando a escola, Marleide aprendeu a escrever seu nome e a ler. Outros alunos faziam piada de sua situação, de sua origem.
Marleide continuou trabalhando duro, até conseguir dinheiro para construir uma casa própria, na cidade de Américo Brasiliense.
O tempo passou. Marleide amadureceu, casou, conseguiu sua casa. Não pensava em filhos.
Em 2003, aos 40 anos, ela foi surpreendida: estava grávida. No mesmo ano, outro susto: um nódulo na tireoide. Apavorada, pensando que era um câncer, chegou a ter episódios depressivos. O nódulo foi retirado e não era nada grave.
Quando a filha nasceu, Marleide foi dispensada de seu emprego de doméstica. Muito rudes, os patrões não deram apoio algum.
Ela e o marido batalharam para criar a filha, muitas vezes deixando o lazer de lado ou alguma necessidade, para pagar a escola.
A filha cresceu e seguiu os estudos. Trabalhando muito, Marleide quer ver sua filha formada. Diz esperar que a menina se torne "estudada e forte".
A jovem, que é muito dedicada, aprendeu e levará para toda a vida o exemplo e os ensinamentos de sua mãe, uma verdadeira guerreira.
De segunda a sexta, uma história por dia na programação da Rádio Cultura durante o mês das mães. Saiba mais sobre a história da Marleide no nosso programete especial: https://bit.ly/2S0yNlk
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