InícioCultura+Cultura“Uma cidade na luta pela vida”: Edinho Silva lança livro em Araraquara

“Uma cidade na luta pela vida”: Edinho Silva lança livro em Araraquara

Em “Uma cidade na luta pela vida: da pandemia ao 8 de janeiro”, o prefeito de Araraquara conta os bastidores de dois eventos que colocaram a cidade no centro do debate nacional

No próximo sábado (25), o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, lança o livro “Uma cidade na luta pela vida: da pandemia ao 8 de janeiro”. Nele, o político, que administra o município conhecido como a “Morada do Sol” pela quarta vez, recupera sua trajetória política, da juventude católica na capela de Nossa Senhora Auxiliadora, no Jardim Imperador, à chefia de um ministério durante o governo da ex-presidente Dilma Roussef.

O destaque, no entanto, está nos relatos sobre os bastidores das gestões que Edinho Silva liderou em Araraquara desde 2001, quando assumiu a prefeitura pela primeira vez, após oito anos como vereador, até 2023, quando cumpre seu quarto mandato à frente do Executivo. Com isso, ele é o político que mais tempo esteve à frente da administração municipal de Araraquara, além de ser o que detém o maior número de vitórias eleitorais para o mesmo cargo na cidade.

Atualmente, Edinho Silva é uma das lideranças mais respeitadas do Partido dos Trabalhadores (PT), com a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, quando a candidatura do petista à presidência da República patinava no quesito comunicação, o prefeito de Araraquara foi designado para coordenar a área. O resultado foi a consolidação de uma relação que remonta à fundação do partido na cidade, no fim dos anos 80, e que pode levar o político de Araraquara a novos postos de projeção nacional. Desde já o nome de Edinho Silva é especulado para um cargo no governo federal e como um potencial candidato ao governo de São Paulo em 2026.

É esse capital político que Edinho Silva defende no seu primeiro livro. O tom é de apresentação da sua trajetória e defesa dos projetos que desenvolveu ao longa das quatro administrações. Em pouco mais de 200 páginas, ele defende as políticas públicas que viraram marcas de gestões petistas, como o Orçamento Participativo, o apoio às cooperativas e a criação das Frentes da Cidadania.

Porém, são dois eventos recentes que norteiam o relato do livro. Primeiro, as medidas de combate à pandemia, que se instalou no Brasil no início de 2020, que repercutiram internacionalmente como contraponto ao anticientificismo do discurso bolsonarista. Foram diversas as críticas que Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, fez publicamente contra as políticas adotadas em Araraquara no período mais agudo do novo vírus, quando o Brasil registrava milhares de mortes diárias. As medidas restritivas, defendidas pela comunidade científica, os desafios de realizar uma comunicação objetiva com a comunidade ao mesmo tempo em que a rede de saúde era estruturada para atender a demanda crescente são esmiuçadas no livro, que conta com prefácio de Natália Pasternak. Com a instalação de um hospital de campanha, ampla testagem e uma rede de apoio social, Araraquara virou referência de boas práticas durante a pandemia.

“Convoco uma reunião para um domingo pela manhã, às 9 horas do
dia 15 de março de 2020, na Sala de Reuniões do sexto andar da Prefeitura, gabinete do prefeito. Organizo uma reunião de equipe com todos
os secretários também gestores que poderiam, de alguma forma, ajudar
a pensar ações, a construir iniciativas para o enfrentamento à pandemia. Por que domingo? Sim, teria que ser no domingo aquela reunião,
para mostrar que não era mais uma reunião de governo, que não era
mais uma reunião de despacho, ela tinha que dar o ar da gravidade do
que iríamos enfrentar”

(trecho do livro)

A cidade voltaria a protagonizar outro momento histórico. Em visita à cidade para ver de perto estragos provocados pelas chuvas do fim de 2022, o presidente Lula recebeu de dentro do carro, enquanto se dirigia à Prefeitura de Araraquara, as primeiras informações sobre os estragos e a tentativa de invasão na sede dos Três Poderes, em Brasília. Do sexto andar do Paço Municipal foi que o presidente conversou com sua equipe e definiu quais medidas seriam adotadas. Numa coletiva de imprensa acompanhada pelo Portal Morada, Lula anunciou a intervenção na segurança pública do Distrito Federal e anulou a primeira tentativa violenta de golpe desde a redemocratização no país. Araraquara se tornaria, assim, a capital da democracia. Hoje, 8 de janeiro, dia da vitória democrática, denomina uma avenida localizada no Jardim das Flores.

Relembre aqui: veja como foi a passagem do Presidente Lula em Araraquara

Como permitir que o presidente retornasse para Brasília? Claro que
não. Se isso ocorresse, a cena mais provável seria a do avião presidencial tendo que decolar às pressas com milhares de golpistas tentando
invadir o aeroporto da capital. Essa cena, se existisse, seria de derrota
da democracia e de concretização do golpe.

(trecho do livro)

Lançamento

O livro foi lançado no último dia 13 de novembro, na icônica Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, na capital paulista. O evento contou com a presença de centenas de pessoas, entre eles o escritor Ignácio de Loyola Brandão, além dos políticos Eduardo Suplicy, João Dória e José Dirceu, ex-ministro de Lula preso no escândalo do mensalão.

Na última quarta-feira, dia 22, o lançamento ocorreu em Brasília e também contou com a presença de políticos de diversas matizes ideológicas, como Ciro Nogueira, ex-ministro do governo Bolsonaro, os deputados federais André Janones e Rui Falcão, além de representantes do alto escalão do governo federal, como os ministros Fernando Haddad, Anielle Franco, Alexandre Padilha e Geraldo Alckmin, vice-presidente da República.  

“E no sábado, dia 25, às 10 horas, realizarei o lançamento em Araraquara, num local muito especial: na Chácara Sapucaia, onde Mário de Andrade escreveu ‘Macunaíma’. Dedico este livro para mulheres e homens que lutaram na pandemia contra o negacionismo e pela vida, e meu respeito para quem não está entre nós por terem sido vítimas da maior tragédia humanitária da nossa história”, declarou Edinho Silva.

Para receber notificações de notícias como esta, e não perder nossos conteúdos mais relevantes, faça parte da Comunidade no WhatsApp do Portal Morada – Araraquara e Região clicando aqui.

Leia mais notícias sobre Araraquara e Região em portalmorada.com.br

Luis Antônio

Jornalista. Formado em Ciências Sociais e Letras pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestrando em Estudos Literários. Apresentador e editor do Jornal da Morada, da Rádio Morada FM 98,1

Luis Antônio
Jornalista. Formado em Ciências Sociais e Letras pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestrando em Estudos Literários. Apresentador e editor do Jornal da Morada, da Rádio Morada FM 98,1
Notícias relacionadas

Mais lidas