Parceira do Governo de São Paulo na realização da Virada Cultura Paulista, a secretaria municipal da Cultura nega que o evento, que ocorre simultaneamente em vários municípios do Estado, esteja perdendo importância. Porém, o fato é que a atual edição apresenta um número menor de atrações e ocupa menos espaços culturais se comparada aos anos anteriores.
As mudanças começaram na escolha do palco principal. Por vários anos, a Praça Pedro de Toledo abrigou os principais shows musicais, além de intervenções, artesanato e exposições. Desde a inauguração da Maternidade Gota de Leite, em 2012, as atrações foram transferidas para a Praça Scalamandré Sobrinho e Cear, retirando do centro da cidade o principal espaço de ocupação artística e cultural do evento.
Em 2015, apenas sete atrações musicais se apresentarão no palco principal. O Teatro Municipal de Araraquara, outro importante espaço cultural da cidade, receberá apenas três atrações (duas no sábado, dia 30, outra no domingo, dia 31). E as atrações param por aí.
Em 2010, por exemplo, a programação contemplava atividades em outros espaços, como a Oficina Cultural Lélia Abramo, Casa da Cultura, Teatro Wallace Leal, Museu Histórico da Pátria e Biblioteca Mário de Andrade. Apenas no Teatro Municipal de Araraquara, constavam pelo menos 14 apresentações de diferentes modalidades artísticas – quase cinco vezes mais do que as atrações previstas para este final de semana.
A secretaria municipal da Cultura explica que o palco da Praça do DAAE, que em 2014 recebeu diversos artistas, foi excluído da programação deste ano porque confrontava com apresentações nos mesmos horários, o que acabava dividindo o público. Sobre os outros espaços, não se manifestou. Em nota, a secretaria afirma que “Araraquara tem uma agenda privilegiada neste ano” e que o evento “permanece com a mesma quantidade de apresentações”.
Sobre os artistas programados, é fato que mantém a qualidade e representam a pluralidade de estilos que a Virada Cultura se propõe a contemplar. Já sobre a quantidade, uma consulta a programação dos anos anteriores mostra o contrário: há cinco anos, mais de 50 opções foram dadas ao público, incluindo músicos, exibições de filmes, intervenções, dança e artes cênicas. Já em 2015, apenas 10 atrações estão previstas para as 24 horas do evento, sem somar a programação do SESC Araraquara, parceiro da Virada, mas que mantém uma programação normal dos finais de semana.
Segurança reforçada
Apesar da redução na programação, a organização do evento promete reforçar a segurança nos locais de concentração de público. A Praça Scalamandré Sobrinho terá a Polícia Militar agindo em seu entorno, enquanto a Guarda Municipal e a segurança privada irão atuar na própria praça, inclusive realizando a revista na entrada. A Base Móvel de Monitoramento da Guarda Municipal será uma importante ferramenta para auxiliar na segurança da praça, já que irá registrar – filmando e arquivando – todos os acontecimentos.
Em anos anteriores, era comum observar grupos chegando aos locais das apresentações, principalmente na Praça Pedro de Toledo, portando bebidas alcoólicas acondicionadas em recipientes levados pelo próprio público. A cena dificilmente se repetirá na Praça Scalamandré Sobrinho, adotada como palco principal, uma vez que será proibida a entrada na praça com garrafas de vidro. A restrição abrange também as armas (inclusive as “brancas”) e objetos perfurantes.
Na praça, o público geral poderá contar com uma estrutura de sanitários públicos, além de cabines de sanitários químicos, incluindo cabines especiais para portadores de necessidades especiais. Também uma ambulância do SAMU estará de plantão para eventuais atendimentos.
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